segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Calheiros e a metamorfose do público

O Brasil mudou. Isto não tem absolutamente nada a ver com a demagogia petista, não diz respeito às afirmações presunçosas dos últimos governantes. É apenas a consequência do processo de "despertar nacional" pelo qual o Brasil passa - as pessoas perderam o medo de expressar uma opinião, perderam o medo de afirmar suas crenças - que, invariavelmente, contradizem os dogmas da casta governante e da grande mídia - e pederam qualquer possível respeito que poderiam dedicar à burocracia. Os fatos mostraram que o Estado tupiniquim é um fracasso e uma calamidade - a lei agora é chamar os parasitas de parasitas, e todos os vermes passaram a se contorcer em desespero.

Renan Calheiros sempre se imaginou acima das críticas. Sempre se colocou "acima da tempestade", tal como uma figura olímpica, intocável, inatingível, senhor supremo do mundo brasileiro, coronel santificado dessas terras amaldiçoadas. O "dono do pedaço", um dos caras que se imaginavam "acima da lei". Passou tranquilamente por dezenas de escândalos de mais de um governo, sobreviveu à inúmeros noticiários negativos, soltou bocejos de tédio diante de críticos mordazes detendores dos megafones. O político não imaginava - como a maior parte da casta governamental - que a mídia brasileira não tem nada a ver com o povo. Que a classe jornalística é tão alienígena para o compatriota médio quanto kvass e Marusya. Agora, o senhor senador vai cair do cavalo - porque não é laçador, e muito menos cossaco. Vai, infelizmente, quebrar alguns ossos na fúria dos protestos populares. Renan Calheiros é a reencarnação de Dilma.

Em 2016, nossos compatriotas perceberam que podem derrubar um governo. Perceberam que podem colocar medo na burocracia. Perceberam que podem dar força jamais imaginada a integrantes das polícias e do Judiciário - ou aos integrantes do Judiciário que valem seus salários. O fenômeno é único na memória da política tupiniquim, e pegou a todos de surpresa - derrubou Dilma, está quase levando Lula à cadeia e agora está sedento pela destruição da carreira de Renan. Nomes que jamais se imaginaram a um passo da guilhotina já estão com o pescoço na trilha da lâmina. Lula - "o" Lula - está na mira da Lava Jato, e pode, verdadeiramente, perder o enorme poder que conseguiu através de uma das maiores militâncias políticas da América Latina. Pode perder tudo por uma singela acusação - de ter recebido dois imóveis em esquema de favorecimento ilícito. É inegável que a pressão popular foi decisiva para o caminhar dos acontecimentos, e o destino de Renan Calheiros é mais um sintoma da formidável mudança de mentalidade da população brasileira. O povo, como diria Olavo de Carvalho, finalmente tomou parte na História do Brasil. É o fim da casta burocrática e dos oligopólios estridentes ao seu redor, ao menos como tal configuração existia até ontem. O novo "homem médio brasileiro" está muito irritado, e quer sangue de políticos.

A casta política irá, sem dúvida, tentar resistir à mudança. Ninguém gosta de perder dinheiro - poder, status são tesouros intocáveis. Ainda que cada um dos atuais "inimigos públicos" consiga se livrar de acusações, é impossível negar satisfação de ver o país reagir. A nova atitude é a ofensa última contra a decadência da república, contra a pose pernóstica dos celerados que concentram toda a força tirânica que tantas vezes se voltou contra os mais fracos. O filósofo, aquele que talvez seja um dos maiores responsáveis pelo movimento das mentes saudáveis, explicou muito bem qual deve ser o tratamento dispensado à burocracia: o desrespeito sistemático, a ofensa como arma política. A queda da elite política está acontecendo nos tribunais e nas ruas - o Judiciário que é justo o faz através da cadeia, as ruas fazem através dos tomates e xingamentos. Afinal, foram os últimos, em alto e bom som, que derrubaram o governo responsável pela morte da economia nacional. Para a "revolução sanitária" na política, sabemos para onde devemos mandar nossos governantes.

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Trump é a morte da esquerda

O marxismo fracassou miseravelmente no último século - 1989 pontuou o colapso do império soviético com os slogans satíricos "trabalhadores do mundo, me perdoem", fazendo toda a justiça ao legado magnífico das esquerdas. Os sonhos milenaristas da sociedade sem classes morreram nas covas coletivas da Europa Oriental. O novíssimo sonho, o do multiculturalismo, nasceu velho, e já foi esfaqueado pelas vozes incansáveis das ruas, que pedem "Brexit", "Trump" e não têm medo de afirmar que o projeto sueco é um fracasso - nenhum esquerdista gosta de saber que a nação escandinava é a capital mundial dos estupros, graças aos gentis e humanistas "refugiados". A esquerda sofreu morte cerebral - o corpo, todavia, permanece vivo graças à generosidade dos bolsos de figuras como George Soros. Não há escritor bolchevista que possa competir com Scruton, não há autor brasileiro que possa competir com a nova geração, de Rodrigo Gurgel e companhia. Tudo o que "o movimento" fez terminou em catástrofe, e a vitória esmagadora dos movimentos de massa conservadores mostra que o único lugar para as esquerdas é a arqueologia do gnosticismo revolucionário.

A Alemanha tentou insistentemente convencer o público de que há igualdade entre as culturas. "Não há melhor ou pior". As vítimas dos estupros em massa pensam diferente - Colônia é uma cicatriz eterna, e foi um dos momentos que ajudaram a despertar a consciência para a gravidade da situação européia. Os eventos ocorridos no final de 2015 foram simbólicos - a mídia polonesa foi quem melhor retratou o que se passava. Na Dinamarca, na Áustria e na França aconteceram fatos similares. A opinião pública voltou-se contra a líder da maior economia do bloco, que agora é vista como uma das figuras mais odiadas na política do continente. A demagogia barata do igualitarismo forçado não funciona - é óbvio que algumas culturas são piores, é óbvio que o Ocidente não considera ataques em massa contra mulheres que se recusam a usar o véu algo normal. A Europa não aceita o hijab, as kefr não dobram seus joelhos para salafistas - o movimento "politicamente correto" não percebeu que já não fala em nome de qualquer grupo, além da própria elite governamental. Na Suécia, vitrine suprema das políticas da insanidade, um dos mais famosos críticos do "politicamente correto" é, precisamente, um imigrante - e que nasceu em um país de maioria religiosa maometana. O que se vê no noticiário sobre a violência sexual na Europa é a tragédia da queda de toda uma geração de pensadores e de partidos políticos, tão distantes da realidade que se tornaram um risco para as pessoas saudáveis (e para os próprios esquerdistas, pode-se argumentar). O Brexit - a aprovação de um "basta" à doença mental politicamente correta - é uma cusparada na cara da elite Eurocrata e um sintoma importante da vontade popular, que vai terminar o serviço da destruição do projeto filo-socialista.

Nos Estados Unidos, a situação é quase ridícula. Apesar do imenso esforço dos grandes veículos de comunicação, Donald Trump venceu. Foi a vitória de um conservador, um empresário, uma figura (ironicamente) construída pela mídia - como o próprio Ronald Reagan. Trump é um homem que despreza toda e qualquer tentativa de "pacificação" com as esquerdas, é alguém que não tem medo de chamar o establishment do que ele é - uma aglomeração de lideranças corruptas, prontas para vender a soberania dos Estados Unidos à imundície de homens como os que escrevem as cartilhas políticas das grandes ONGs internacionais. É alguém que enfrentou a elite do Partido Republicano, humilhou a elite do Partido Democrata e desafia constantemente a ONU, pretensa "mediadora" da política mundial e agremiação de burocratas megalomaníacos. Após a devastação causada por anos de rendição incondicional dos Estados Unidos à indústria chinesa, Trump é a grande esperança dos trabalhadores americanos, traídos por seus representantes, jogados na miséria até mesmo pela esquerda, que tenta, diariamente, se fingir de voz dos humildes. Trump foi um banho de água fria, foi o desmoronamento do discurso irracional do politicamente correto e um soco épico no rosto dos grandes homens da mídia, que se imaginam capazes de refazer o mundo à sua imagem e semelhança - isto é, acreditam que são capazes de transformar uma nação de maioria cristã em uma massa de cocainômanos obcecados pela destruição da Civilização Ocidental, fascinados pelo aborto e que imaginam ter o direito a todo e qualquer luxo que forem capazes de expressar em palavras de ordem mal-articuladas. As falhas nas pesquisas de opinião são a cereja do bolo - a vigarice, a mentira descarada fracassaram vergonhosamente, para alegria da humanidade. O conservador venceu, contra todo o dinheiro da elite hollywoodiana, contra todos os (quase) incalculáveis recursos do globalismo e contra a deficiente baboseira demagógica do "politicamente correto".

Cada uma das vitórias conservadoras é um prego no caixão do esquerdismo. O "Brexit" foi um golpe severo - Trump foi um soco que arrancou boa quantidade de dentes, foi uma humilhação. A opinião pública, que há alguns tenderia à polarização forte, entre países diferentes, caminha, de forma sugestiva, no mesmo sentido: a vasta maioria das pessoas desenvolve o mais sincero desprezo pelo "politicamente correto". Na América Latina, a mesma coisa acontece - nem os cubanos continuam a cultivar tanto medo de chamar o falecido "comandante" de ladrão, ditador e assassino. Os argentinos se livraram de um melanoma chamado Kirchner, os venezuelanos vão às ruas pedindo a derrubada de um líder sem qualquer perspectiva de controlar minimamente a crise que destrói o país. Até mesmo no leste da Europa, que foi, um dia, o bastião do marxismo, a ira contra o "bom-mocismo" ferve. Este é o fim da esquerda - e é uma questão de tempo até que os "patrocinadores" da causa tirem dos adorados movimentos os últimos recursos.

Mais sobre o tema - imigrante critica os resultados das políticas de multiculturalismo na Suécia:

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A grande mídia e Fidel Castro

A classe jornalística se recusa a chamar Castro por seu nome – seria uma dor terrível confessar que o ídolo máximo não passa de um homicida, um ladrão, um criminoso muito mais nojento que um vigarista comum. A hesitação dos âncoras chega a ser cômica – “grande legado”, “grande homem”, “um dos homens mais importantes do século XX”. Castro foi todas essas coisas – deixou um “grande legado”, como a peste bubônica deixou, foi um “grande homem”, como Calígula. Foi (por que não?) importante: tanto quanto o Krakatoa ou como a Grande Fome irlandesa. O amor e a hesitação dos queridos periodistas vem das escolas de Comunicação, onde aprendem, conflituosamente, a idolatrar, a cada dia, assassinos em massa, e a papagaiar sobre a universalidade e necessidade incontestável do império dos direitos humanos – desde que, evidentemente, esses direitos se apliquem tão somente aos mais brilhantes filhos do movimento revolucionário. Os “inimigos de classe”, naturalmente, podem mofar na UMAP. Não fazer as chamadas e os comentários do dia sobre tão gentil figura com alguma confusão interior secreta é impossível.

Os companheiros fazem as caras e bocas mais divertidas imagináveis – as palavras saem aos tropeços. Alguns demonstram vontade de dizer os pontos e as vírgulas, mas a vontade é tão passageira e fraca como  caráter do exemplar mediano da categoria. Quando um entrevistado decide colocar os pingos nos “is”, aí a expressão é de terror sincero – escândalo, blasfêmia. Quem ousaria denunciar um “humanista”? Quem atacaria de forma tão vil, baixa e caluniosa “o melhor dos filhos da América Latina”? Só um fascista, evidentemente. O problema está nas situações onde é um “companheiro” quem entrega o jogo, um ex-guerrilheiro, um militante do partido – o horror cósmico da situação explica o ódio mortal de uma das castas de comunistas pelos trotskistas (abominações entre as abominações).

Quando um cubano decide pontuar, aí mesmo é que nosso prezado companheiro entra em desespero, em choro e ranger de dentes – interno, o que é natural, o bom jornalista é tão cínico e teatral quanto o mais sanguinolento dos psicopatas. O cubano que fala mais do que deve precisa ser excluído, calado, “desaparecido”. É uma “não pessoa”. É um inimigo de classe – por que diabos não ficou para enfrentar a justiça histórica sob a justiça implacável do partido da vanguarda do proletariado? Com o inimigo de classe, não há diálogo possível – “se o inimigo resistir, ele deve ser exterminado”, dizia o camarada Lênin. O dissidente deve ser removido da existência e sua voz nunca mais deve ser ouvida pelos grandes meios de comunicação – Carlos Moore desapareceu, e Pandura talvez venha a segui-lo, a depender de sua capacidade de “autocrítica”.

Se alguém tem dúvida a respeito do caráter patológico da ideologia dominante nos cursos de ciências humanas – e na temível tendência observada principalmente entre jornalistas, advogados e membros da alta administração de grandes empresas – é por razões que fogem à compreensão humana. A dupla medida é óbvia. O desvio moral é aberrante e faz estardalhaço. O medo – ideológico, oportunista ou simplesmente cretino – da expressão correta, ou das expressões corretas, é mais claro que o Sol. “Assassino”, “Ditador” são termos que jamais serão pronunciados. Dizê-los é um esforço além da mediocridade excepcional dos companheiros, e é um ato que destrói toda uma forma de educar escritores e formadores de opinião – é a destruição, justa e necessária, do modelo deformado do que se convencionou chamar de “jornalista”, no Brasil.

Mais sobre o tema - Carlos Moore discute o racismo e a perseguição étnica praticada pelo regime comunista cubano:

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Freixo e os estudantes

A derrota de Marcelo Freixo é apenas um reflexo gritante do modo de pensar e dos valores apreciados pela vasta maioria da população brasileira. É importante enfatizar que o pedido dos cariocas foi pela "derrota de Freixo", e não pela "vitória de X, Y ou Z". Em poucas eleições na História houve número tão grande de votos em branco, nulo ou de abstenções - o voto, em 30 de outubro de 2016, foi anticomunista. O Brasil é conservador, e tomou consciência de si, levantou-se do torpor diante das hordas histéricas da revolução cultural.

Nas universidades, todavia, o quadro é muito diferente. Freixo venceu em cada uma das instituições de "ensino" cariocas. O leitor bem sabe que nada se aprende nas faculdades - para ser justo, nos cursos de ciências humanas. O que se repete ad infinitum é a propaganda marxista, a bajulação incansável aos "gandes líderes", o puxa-saquismo canino aos maiores tiranos e genocidas que o mundo já viu. Freixo, naturalmente, conseguiu o voto. Marxista leal, admirador sincero de Che, o racista favorito do bom-mocismo, o cidadão que reside no bairro mais caro da capital fluminense é o ídolo pronto para os exércitos de imbecis drogadictos que infestam cada uma das universidades. O voto do pretenso "ensino superior" foi dele - especificamente, o dos estudantes de Ciências Sociais, Filosofia, Psicologia e associadas. Para variar, a casta superior, encantada pela música da estupidez ideológica, mostrou preferências bem distintas da maior parte do proletariado, que, para os discípulos da Escola de Frankfurt, agora é traidor da causa revolucionária.

Como ocorreu o processo de conversão das escolas de Ciências Humanas em centros de divulgação, "ao psitacismo", do dogma marxista, é amplamente divulgado pela direita. A Americana percebe o mesmo fenômeno nos gritos desesperados de hatespeech, nos espaços seguros (para o conforto da estupidificação ideológica), nos trigger warnings. A brasileira, graças ao maior filósofo que o país já viu, não apenas está acordada para o que se passa como foi capaz de erguer um dos maiores movimentos de massa da América Latina. O país saiu do coma, mas a "guerra de posições" gramsciana assegurou trincheiras devidamente fortificadas, que deverão ser desturídas, em tempo, para que exista qualquer possibilidade aceitável de futuro para a nação. Os vermes do totalitarismo voltarão aos esgotos (ou melhor, aos safe spaces) acadêmicos, às faculdades da "vanguarda da revolução". E é lá que está a grande batalha das próximas décadas.

Toda a doença mental dos jovens de cabelos azuis, estupidificados, emburrecidos pela exposição constante ao que há de mais baixo e vil - vendido como o tesouro cultural da humanidade - tem origem nas "trincheiras" de Gramsci. Freixo continuará a ser o vencedor, e, porque não, o verdadeiro Conducător  do Brasil que está mergulhado na desmoralização da qual fala Bezmenov. A deformação cultural continuará, e precisa ser enfrentada lá, em sua raiz: é apenas essa luta que importa, agora. Os primeiros golpes de marreta já foram sentidos pelos exércitos inaptos: o marxismo tremeu, nos últimos anos. "O marxismo é o martelo com o qual se destrói o inimigo de classe", dizia Mao Zedong. O conservadorismo deve ser o martelo com o qual se destrói cada pormenor da estratégia de "ocupação de espaços", através da denúncia do que ocorre e de uma nova investida, similar e na condição de força em sentido contrário.

A derrota de Freixo foi o voto ideológico - a direita acordou, e com ela, a maior parte do Brasil. O próprio Brasil, porque não, uma vez que o marxismo (e o marxista) é internacionalista. O movimento revolucionário é uma ideologia parasitária, que foi diretamente enfrentada pelo eleitor do Rio de Janeiro - não importa quem estivesse concorrendo, o resultado seria o mesmo. A reconstrução nacional deve continuar, e no campo que mais importa: a cultura. No momento em que a esquerda corre para seu "quartel general", usurpado dos verdadeiros educadores, é hora de voltar as armas para a direção certa.

Mais sobre o tema - os resultados da guerra de posição, conforme Olavo de Carvalho:

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Sobrevivendo à guerra cultural

Um autor conservador americano comparou a média da humanidade "pós-moderna" com insetos - mas especificamente, disse que é difícil encontrar, nos dias de hoje, pessoas com curiosidade intelectual um pouco maior do que a de um escaravelho (popularmente conhecido como "dung beetle"). A comparação é muito justa - a maioria dos hominídeos atuais chafurda na sueira da cultura industrial, que cospe e mastiga, dia após dia, o mesmo lixo, que, por razões desconhecidas, convencionamos chamar de "música pop", "best-sellers", "funk", "hip-hop" e outras pérolas de qualidade duvidosa. Dizer que há alta cultura e classificar a imundície como, digamos, imundície, tornou-se ofensa mortal. Vez ou outra podemos encontrar seres humanos normais, que reconhecem a sujeira quando seus sentidos são alcançados por ela - eles são o tesouro mais valioso que um conservador pode manter junto a si.

A expressão idem velle, idem nolle dá conta da necessidade mais urgente na vida social - a proximidade só pode ser mantida com a humanidade normal. O amor fraternal, a amizade verdadeira, só deve existir com quem vale a pena. A proximidade entre irmãos deve ser valorizada enquanto os mesmos valores são buscados, enquanto a mesma concepção de vida e de mundo for compartilhada, para o bem comum e para o cultivo contínuo da personalidade. A humanidade perdida afunda na desgraça - "let God sort them", os idiotas vão virar pó na eternidade, é hora de se apegar apenas às pessoas que querem algo mais do que a degeneração completa. Sempre que o conservador encontra uma das pessoas que não têm medo da verdade, que continuam com uma percepção normal, não atingida pela patocracia, pela loucura, pela histeria apocalíptica e que ainda não possuem o ódio gnóstico queimando seus poucos neurônios, é hora de segurar a amizade do vizinho como se fosse a coisa mais preciosa do mundo - e, de fato, é. Em um mundo onde tudo conspira para o fim, onde todos correm desesperadamente em direção à catástrofe e à morte, essas pessoas são um porto seguro. Querer as mesmas coisas, amar as mesmas coisas e odiar as mesmas coisas, em tempo de guerra, é sinal de que a proximidade vale a pena.

Infelizmente, para esse tipo de situação, não é possível cultivar sentimentalismo nas relações interpessoais. Nem todos terão salvação - é preciso rezar por todas as almas, mas a proximidade em demasia com quem quer a desgraça acima de tudo é estar perigosamente próximo à zona de impacto da chuva de sofrimento. As amizades são como um alicerce, e são parte do esforço necessário para a manutenção de uma vida intelectual razoável. Os idiotas, na expressão do professor, não entendem e não querem entender. Eles estão imersos demais em sua doença, em seu auto-louvor permanente, eu seu culto à glórias e inustiças auto-edificantes imaginárias para que tenham tempo ou força para ver a realidade como ela é. Não é possível perder tempo, durante a crise. Reze por cada um deles, mas faça o que estiver ao seu alcance para manter sua saúde e para salvar sua alma, porque a doença deles pode, muito facilmente, destruir as duas.

Algumas poucas exceções são dignas de menção: há, entre a horda furiosa, pessoas que possuem alguma paciência para ouvir. Se, ao toque da trombeta, a personagem ao menos se der ao trabalho de permanecer quieta e escutar, é um bom sinal. Pode ser que haja chances de cura. A patocracia não é invencível e a histeria morre como um verme, quando sob a luz da verdade. A burrice, a boa e velha burrice que mata economistas marxistas de fome e que leva militantes sex-lib para o cadafalso islâmico é uma barreira psicológica relativamente frágil, quando ainda resta normalidade entre os blocos de pensameto metonímico gnóstico. Em toda alma ardente de orgulho e ódio contra a existência, resta algum fiapo de esperança, que, se o proprietário assim permitir, pode ser usado a favor do quase-condenado. Se houver algum interesse sincero, alguma vontade de aprender, pode-se jogar a semente - caso dê certo, pode ser que venha à luz mais um vínculo precioso. As chances são mínimas, ainda assim, acontece.

Como foi dito inúmeras vezes pelo sobrevivente, a única salvação do Ocidente é o estudo e a alta cultura. Para o mundo das amizades, vale a mesma máxima. Não ha diálogo possível com o lixo. Um irmão de causa não pode cultuar a decadência e a perdição. Se o objetivo é fazer um voto, então que seja: "crie um círculo de pessoas normais, com interesses humanos saudáveis, com uma conduta humana exatamente como a que deveria haver neste país e que á existiu entre nossos antepassados. Fujam do mundo moderno, ainda que vocês apenas sejam capazes de fazer isso em casa ou em um pequeno círculo de amigos leais". Amar as mesmas coisas e odiar o mesmo inimigo são os primeiros passos para arregimentar um exército, e são a mais básica estratégia para sobreviver à guerra. Todas as tiranias da História caíram miseravelmente - o que faz desse combate uma luta de resistência, que, em última análise, pode ser muito fácil de vencer.

Mais sobre o tema - Olavo de Carvalho fala sobre a guerra cultural:

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O impeachment de Dilma é a salvação do PT

Não há processo de impeachment que possa ser considerado vitorioso quando toda a casta política, e sua ideologia, permanecem intocadas. Não houve "eleição democrática" com a contagem secreta dos votos. Olavo de Carvalho, grande mentor do movimento oposicionista que colocou Dilma Rousseff de oelhos. afirmou todas essas coisas, mais de uma vez. Os "MBL"s e companhia não deram ouvidos, e Dilma perdeu a presidência ser ter seus direitos políticos amputados, como bem denunciam os jornalistas Paulo Eduardo Martins e Joice Hasselmann. O "acordão" feito entre o PMDB e o PT é um desastre esperando para acontecer, e a salvação do Foro de São Paulo.

Durante todo o processo as principais lideranças conservadoras falaram sobre a ingenuidade que sustenta o impeachment de Dilma. Não é apenas a petista que deve ser destituída - é a nova república. O petismo é apenas uma das manifestações da mais perfeita estratégia de "guerra de posições" já realizada neste hemisfério, e sem confrontar este problema diretamente, é impossível obter uma vitória completa sobre o totalitarismo "bolivariano". O Partido dos Trabalhadores caiu agora, vergonhosamente, mas só para se erguer rapidamente ou para ser substituído por uma infinitude de clones perfeitos, como o PSOL, o PC do B e mesmo a "Rede", que sonha em transformar Marina em uma espécie de "novo Lula". Toda movimentação dentro do sistema político vigente, caso vitoriosa para a causa patriótica, será apenas "ouro de tolos".

A única estratégia viável é a dstruição completa, por meio da guerra cultural, da estrutura ideológica que sustenta o "monstrinho" autoritário lulista. Sem as universidades, sem a mídia, sem cada um dos jornais, cada um dos "sapos barbudos" está fadado a morrer de fome no esquecimento e no ostracismo que merece. Lula, sem maquiagem, mídia e Chico Buarque, não passaria do que ele é: um porco troglodita, um imbecil que ataca verbalmente até mesmo as mulheres de seu próprio partido, e que faz piadas sobre estupro coletivo contra uma de suas maiores defensoras. O PT não é nada sem Gramsci, mas o MBL e todo o rascunho de oposição conservadora ainda acredita piamente na "integridade do sistema" - a oposição não entendeu que a máquina é montada para que os jogadores inexperientes percam sempre, e as risadas e abraços entre o velho comunista Aécio Neves, Dilma e Lewandowski são a prova disso.

Dilma foi retirada de forma higiênica do cargo, porque nem mesmo o Partido dos Trabalhadores aguentava seu perfume - as alas radicais, dizem as más-línguas, querem a cabeça da búlgara. A senhora incompetente saiu de cena como a vítima, a coitadinha, e o PT posa de defensor da democracia e da causa justa. O acordão, agora, pretende colocar Dilma devidamente longe de Sérgio Moro, em cargo com foro privilegiado. Não poderia ser melhor para o marxismo tupiniquim - enquanto isso, os jovens masoquistas do MBL soltam fogos, enquanto são usados como preservativos por Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT.

Mais sobre o tema - Olavo de Carvalho fala a respeito da utilização do impeachment para salvar o Foro de são Paulo:

terça-feira, 2 de agosto de 2016

A traição à igreja e o papel do sucessor de Pedro

O que o novo papado faz com os fiés é uma tragédia, e uma indução sistemática ao erro. O episódio icônico da escultura da "foice e martelo" mostra a dimensão da subserviência da cúpula eclesiástica ao poderes do mundo. A chefia do que deveria ser "mãe e guia" mostra-se cúmplice da ideologia mais genocida que já governou metade da raça humana - negar-se a condenar esse sistema e os que o apoiam é um crime, ainda mais para quem deveria se colocar como o principal inimigo do totalitarismo. A atitude faria Wojtyła chorar de vergonha - mas não foi a única. O que Bergoglio faz ao condenar a civilização ocidental e comparar os militantes do Estado Islâmico - o grupo mais anticristão deste século - aos próprios apóstolos só pode ser descrito como um ato de traição desavergonhada.
Imagem: CBN News

O feminismo internacional esconde os crimes do Islã. O movimento que sustenta o feminismo, o marxismo, efetivamente deu as bases ideológicas e até logísticas aos movimentos extremistas árabes que precederam o novíssimo salafismo "online". O Partido Democrata compra integralmente o discurso politicamente correto, de forma idêntica à da conduta dos movimentos social-democratas e fabianos europeus. Enxergar a mesmíssima atitude nos gestos de um papa é um sinal da decadência e da infiltração sem limites dos inimigos da fé na "casa varrida pelos ventos". Qualquer líder cristão, em uma época na qual seus irmãos são assassinados sistematicamente nos países do Oriente Médio, iria condenar o morticínio e mover até a última de suas forças para proteger a igreja perseguida, que mais do que nunca grita por ajuda e misericórdia. Ao invés disso, o que se vê é uma liderança cínica, cúmplice, que abastece com discórdia e ataques à própria igreja o processo de destruição dos últimos bastiões de liberdade religiosa - até mesmo para os eternos "coitadinhos" do poente. Dizer que os militantes salafistas são como os santos da igreja é cuspir na face do próprio Cristo, e demolir, a golpes de marreta, os fundamentos das únicas nações que dão até mesmo aos muçulmanos a perspectiva de uma vida próspera e livre. Como é possível que a cristandade tolere isto?

A guerra cultural contra o cristianismo não começou hoje - a Europa viveu séculos de perseguição anticristã, seja sob o chicote dos revolucionários iluministas com a "descristianização" que feriu "a primogênita da igreja" ou sob o punho de ferro do marxismo-leninismo. Os fiéis foram ensinados que a igreja é má, repressora, vilã, inimiga da raça humana. A propaganda jogou lama sob a virgem inocente, desrespeitou dois mil anos de civilização e luz, da força que ergueu a Europa e permitiu que até os mais humildes tivessem a chance de brilhar como doutores do corpo do Messias. A mãe que edificou escolas, universidades, hospitais e que foi o fundamento de todas as grandes obras de caridade da Civilização Ocidental foi esfaqueada. A fé que serviu de inspiração para a ordem dos hospitalários, para a Cruz Vermelha, para o Exército da Salvação e para uma infinidade de obras de caridade em todo o mundo foi mostrada como "preconceituosa", "assassina" e até - e pelos maiores genocidas da História - como "racista". O sistema de crenças que serviu de força intelectual para a luta contra a escravidão no Império Britânico, nos Estados Unidos e até nos países africanos e asiáticos foi mostrada como seu oposto, pelos mais cínicos e culpados dos acusadores. Cristo chorou, acusado e torturado, enquanto os mais perversos algozes foram agraciados com a bajulação do povo. A campanha de destruição da fé cristão gerou frutos - todo o esforço de Münzer, dos jacobinos e dos tchekistas não foi em vão. A desinformação da qual fala Ion Mihai Pacepa tem um filho predileto, e ele dorme tranquilamente na mais importante cidadela de uma civilização que não tardará a ser varrida do mapa por seus inimigos.

É necessário denunciar, dia e noite, o que se faz contra os fiéis, nesse tempo em que a igreja geme sob a mira dos fuzis islamistas. A cristandade encontrou um inimigo que quer, talvez com mais eficácia e brutalidade do que todos os anteriores, a extinção de cada um dos que reconhecem o Filho de Deus. Mais do que nunca, é hora de "vender os mantos e comprar espadas", e isso requer força de vontade para renovar as hostes da casa e curar a Mãe, que deve voltar a ser o mais confiável dos guias. No passado, líderes similares foram depostos e, após atos de traição muito menos escandalosos e virulentos, colocados em seus devidos lugares. Os cristãos devem perder o medo de dizer a verdade - o próprio Cristo não hesitou em chamar os seguidores menos perspicazes de burros. Amor pela verdade é amar o Espírito Santo - a vontade de Deus é mais importante do que a covardia, o medo de "mau-olhado" ou do que o impulso para afagar a vaidade de quem não é digno sequer de uma cusparada. Tiranos merecem ofensas, complôs e o desrespeito público. Traidores, quando já idosos e notoriamente pusilânimes e bajuladores, merecem apenas a aposentadoria - e, quem sabe, caso a revolta seja grande, uma bela e vergonhosa fila do INSS. Já passou da hora de os cristãos começarem a chamar "inimigos" pelo termo adequado, e de colocarem novamente ordem na casa.

Mais uma vez, a fraqueza e indisciplina moral é o calcanhar de aquiles da Civilização Ocidental. Rimbaud - assim como o grande professor - diria: "par délicatesse, j'ai perdu ma vie". Essa é a tragédia que segue a gentileza e polidez forçadas. Deus não quer bajulação - amar mais à vaidade é virar as costas a Ele. É preciso enfrentar o inimigo, mesmo que seja por amor ao próximo. Manter a casa de Deus digna do louvor do Nome é dever incondicional dos fiéis, e a situação exige a mais meticulosa das organizações. Tratar o inimigo de forma proporcional é parte do amor ao próximo: se o adversário não quer estar próximo do Pai, deve-se dar a ele exatamente isso. A recusa em enxergar a realidade, a traição à realidade é um crime contra o Espírito Santo, é colocar-se - como faz o inimigo - contra Ele. Ele, o Pai, o Criador, é a verdade, e ele diz à humanidade, através de cada acontecimento, qual é a conduta mais apropriada. A igreja, mais uma vez, exige que os cristãos tomem, de fato, as atitudes apropriadas, e, em um momento de tamanha dificuldade e perseguição, a hesitação pode ser a sentença de morte do mundo livre. A escolha não é mais, "apenas", entre seguir a Verdade e deixar-se enganar pelos erros - é entre opressão e destruição completas e a chance de viver em liberdade. O momento exige, apenas, que cada fiel observe o que se faz contra o Corpo de Cristo e comece a se perguntar quando é a hora de agir, por misericórdia, para salvar os cristãos da lâmina jihadista. A vaidade de um demente, desesperado por ser visto como uma espécie de Bono Vox de batina, nunca custou tão caro a tantas pessoas - que deveriam, no mínimo, contar com algum esforço dos países cristãos, que parecem ignorar um genocídio tão bárbaro quanto os inúmeros que parecem "mais dignos de pena" pelos veículos de comunicação de massa. Os que se dizem perseguidos no Ocidente não fazem ideia do que é sofrimento - quem grita por socorro, quem a Verdade mostra, a cada dia, no calvário, são os que estão no Corpo de Cristo, e para os quais o traidor virou as costas. A nova liderança só conhece esforço para seu Marketing - os que têm fome, os que estão nas cadeias, os que estão sem vestimentas e que estão sendo crucificados, como foi o Filho, podem esperar. E eles são - pasmem - estrangeiros,  assim como os ditos "refugiados", que já começaram a derramar sangue cristão em solo europeu.

Em vídeo - Olavo de Carvalho fala a respeito da conduta de Bergoglio:


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O Jumento Espiritual

Leandro Karnal é mais uma das notórias figuras que sofrem com a flatulência do falsete uspiano e dos gases intestinos da vaidade diplomista do Brasil. É um arroto humano, um rascunho caricato de intelectual, uma piada provinciana que se imagina feita à imagem e semelhança de um Dostoiévski ou de um Nietzsche - aliás, talvez de uma figura mais dócil, quem sabe de uma Hannah Arendt, já que a masculinidade do russo ou do alemão é coisa que provoca alergia nas alminhas do lixo que se convenciona chamar de "professor" neste país esquecido por Deus. Quando Leandro se dá ao trabalho de falar sobre o projeto "escola sem partido", já podemos preparar nossas máscaras de gás - aí vem toda a glória do jumento celestino que galopa em direção a territórios apenas tocados pelos anjos nas terras tupiniquins: as paragens conhecidas pelos nomes de "senso comum" e "normalidade".

Jumentinho diz que o projeto é invenção de "conservadores delirantes". Será que, em algum dia de sua porca vida, o comentarista ouviu falar em Antonio Gramsci? Será que, nas universidades brasileiras, discutem-se os textos de Carlos Nelson Coutinho, ou os tomos dos "Cadernos do Cárcere"? A "classe pensante" já leu algum dos teóricos principais do Partido dos Trabalhadores? O "escola sem partido" é uma resposta lógica ao aparato da "guerra de posições" elaborado pelo imensamente poderoso movimento esquerdista brasileiro, é apenas a "força contrária" óbvia que é colocada contra trinta anos de guerra cultural declarada dos principais partidos da política nacional contra a civilização ocidental. O "escola sem partido" não é a "bandeira dos conservadores" - é a bandeira dos liberais, libertários, conservadores-liberais, conservadores tradicionalistas, monarquistas, republicanos e, acima de todos os que se ligam aos movimentos políticos, é a bandeira dos brasileiros "médios", das pessoas que simplesmente querem que seus filhos aprendam matemática e português nas escolas, e não querem crianças transmutadas em miniaturas de comissários do NKVD. O projeto é um "basta" à politização de uma das atividades mais fundamentais da sociedade, pervertida em nome de interesses de assassinos e defensores de um sistema totalitário fracassado - a Venezuela é apenas mais uma vitrine do "paraíso" socialista, onde "Trabalhos Forçados" agora são lei e palavra de ordem, como mostra a Anistia Internacional. O "escola sem partido" é impedir que criminosos fantasiados de professores façam proselitismo da tirania para crianças, que ainda não possuem maturidade para compreender o tamanho da desgraça defendida por aqueles que deveriam ser educadores. Karnal imagina um projeto que é o contrário do proposto, e responde em coro com o desespero histérico dos marxistas tupiniquins - aliás, qualificar "marxista" com "histérico" é pleonasmo, como já diagnosticou o psiquiatra Andrzej Łobaczewski.

Karnal tornou-se popular com a divulgação de algumas de suas palestras de auto-ajuda na internet. É uma personalidade oca, mantida com o discurso de voz fina sobre toda e qualquer frivolidade que acaricie a necessidade do brasileiro de sentir que discute um tema associado às pessoas de grandeza espiritual - qualidade que é impossível de ser sequer imaginada por mais quase todos os nacionais, e pela totalidade, ou quase, da casta universitária. Jumentinho Espiritual é a montaria de grandezas como "a busca da felicidade", "eu sou o senhor de meu destino" e da comparação honorável do réu e alcaguete (de codinome "Barba") Luíz Inácio Lula da Silva a um monarca europeu hipotético. O historiador confere bastante honra ao candidato a convicto - Espiritual não será recebido com a mesma gentileza por qualquer pessoa que tenha o mínimo de capacidade de identificar um charlatão. As críticas ao projeto mostram, em primeiro lugar, que o personagem é, em uma primeira hipótese, incapaz de ler, algo improvável. Em uma segunda suposição, Espiritual é apenas mais um propagandista da muito bem-paga constelação de partidos de esquerda brasileiros - pelo vocabulário ensaiado do historiador, somos forçados a declarar que a segunda alternativa parece mais fiel à situação do ruminante que zurra contra a lei. Espiritual não é imaterial porque quer - ele não fala sobre o projeto porque sua carreira depende da adoção incondicional de todo e qualquer espantalho criado pelo movimento. Ele faz isto pelos mesmos motivos que levam a imensa maioria dos professores universitários do país a assumirem coro com a militância do Partido dos Trabalhadores.

Leandro sugere que o projeto impedirá a discussão de temas de política nas escolas - como isso seria possível? O projeto obriga professores a apresentarem as ideologias concorrentes - não os força a excluírem uma ou outra. O projeto proíbe a perseguição de alunos por discordância político-partidária - algo que beneficia alunos petistas de professores antipetistas e alunos antipetistas de professores petistas. A medida favorece a integrantes de toda e qualquer vertente política - mas desagrada, evidentemente, a quadros de organizações totalitárias (como o Partido dos Trabalhadores) e a propagandistas baratos da ideologia socialista como o quadrúpede que decidiu criticar o "escola sem partido". O projeto é bom demais, elevado demais para que a montaria consiga vê-la em sua completude, enquanto o historiador continua sobre os quatro membros a terminar seu almoço. Provavelmente, Karnal sabe muito bem que a lei é sensata - a carreira, todavia, fala mais alto. Olavo de Carvalho explica bem o expediente - Leandro se apropria das ideias do "escola sem partido", posa de defensor da liberdade de expressão e consciência, e descreve o projeto como a censura dentro das instituições de ensino. É apenas mais uma demonstração da inversão revolucionária - a vítima é apresentada como algoz, e o totalitarismo petista é colocado como a liberdade plena cristalizada e protegida pelos séculos dos séculos. Todos os aterros sanitários do mundo não dão conta da sujeira entre as duas orelhas do Jumento Espiritual.

O projeto "escola sem partido" é feito para que ilustres equinos como o historiador do "caminho para a felicidade" não causem mais danos à já prejudicada educação brasileira. Se as nossas crianças não sabem fazer operações básicas de matemática ou não conhecem as mais elementares regras da gramática, é porque criaturas raras como o gás espiritual que vê o PL como a encarnação da vilania querem colocar a si mesmos na condição de educadores, quase de sábios. O Sábio é a encarnação última do conhecimento, é o saber que dialoga com os homens comuns lhes dá a possibilidade de vislumbrar as leis divinas. Nosso respeitado intelectual irá se tornar algo como isso, em seu tempo: o Jumentinho será a encarnação da burrice, na mais perfeita emulação equestre de tudo o que queremos longe das mentes dos mais jovens.

Assista ao comentário de Olavo de Carvalho sobre o personagem e o projeto "escola sem partido":

segunda-feira, 23 de maio de 2016

A bajulação a Obama e o socialismo que não ousa dizer seu próprio nome

Assistir aos canais da televisão brasileira é uma experiência enfadonha e muito previsível - quando o tema é "política internacional", esperar qualquer coisa diferente do "lustrar as botas" compulsivo do Partido Democrata, por parte de nossos ilustres jornalistas, é nada menos do que a mais insana utopia. É impossível. Não acontecerá. Está "fora do lugar" - a palavra de ordem é a adulação assustada e desesperada pela aprovação dos colegas de profissão. Como a mídia nacional conseguiu criar tal clima de culto à personalidade, mais enfático e com menos impulso para a crítica do que Stalin viu sob o seu reino de terror, é algo relativamente simples de entender: Obama faz nos Estados Unidos o que a esquerda tupiniquim chorou e sangrou para fazer aqui, ao longo de cinco décadas. Atacar Obama seria como elogiar o regime militar; algo como lançar documentários denunciando a brutalidade selvagem de Getúlio Vargas ou cometer o pecado mortal de elogiar a monarquia, aquele sistema que deu ao país os seus melhores estadistas e que, perto do mar de podridão do socialismo petista, fica muito próximo da "Cidade do Sol". Obama é a sombra do jornalismo brasileiro; é o eco da burrice esquerdista nas planícies da América. É Luíz Inácio Lula da Silva falando com sotaque forçado e falso como uma nota de trinta reais. 

A imprensa teria muito o que criticar sobre Barack Obama - a operação "fast and furious" é uma piada, se comparada ao que o presidente dos EUA está fazendo a respeito dos direitos humanos, em países que podem ser colocados entre os piores inimigos que a América - se não a liberdade, o bom-senso e toda a humanidade - já viu. Obama faz por Cuba o que nem Brezhnev fez. O homem é a versão anglo-saxônica de Efialtes, e está entregando as cabeças de seus concidadãos sem misericórdia ou apego a qualquer um dos valores defendidos pela Revolução Americana. Como em um pesadelo transmutado em realidade, o líder máximo dos Estados Unidos da América está financiando regimes comunistas atraves da abertura comercial, de crédito (como, aliás, governos anteriores fizeram em escala mais discreta com a própria União Soviética e até mesmo com a Coreia do Norte) e inclusive de facilitação de comércio de armas, como no caso do Vietnã. O comandante-em-chefe já teria encontrado seu fim em um pelotão de fuzilamento, se o país estivesse nos tempos da Segunda Guerra, por alta traição. Como é possível que o povo americano tolere uma deformação como Obama, só Deus sabe - quanto à adoração dos jornalistas brasileiros, a resposta é óbvia. Destruir os Estados Unidos é aquilo que os imbecis da imprensa passam anos vendo como o sonho dourado da raça humana nos cursos de jornalismo. Destruir o "capitalismo imperialista" e substituí-lo pelo imperialismo marxista - aquele, que em 1968 pisou no crânio do "socialismo com face humana" - que é tão mais benevolente. Obama é a pessoa que qualquer universitário viciado escolheria para o cargo mais importante do governo dos EUA, porque é uma farsa e uma ameaça à soberania de sua própria nação.

É evidente que quase estimular o renascimento do comunismo internacional não é tudo: Obama leva a degeneração moral e a loucura ideológica a patamares "nunca antes vistos na História daquele país". Dizer que Obama é Lula não é piada: é a tragédia que se abateu sobre o Ocidente em outro capítulo, redigido em inglês. Quando o governo petista tentou aprovar o "kit gay", a sociedade brasileira entrou em um ataque de fúria - Obama conseguiu, com o imenso apoio logístico dos "gramscistas" americano, levar ao debate público a insanidade sem fim dos "banheiros unissex". É verdadeiramente desesperador assistir à queda da nação de George Washington: o país que viu seus filhos lutarem e morrerem pela liberdade agora se contorce para vomitar uma medida que irá perverter para sempre todo o senso de normalidade, até mesmo nos locais de ensino das crianças pequenas. Os founding fathers criariam um novo "1776" se estivessem vivos, e jogariam na lata de lixo da História a doença totaitária que alega defender a "diversidade". Como Lula, Obama é uma matrioshka de crimes infindáveis, e os banheiros unissex não seriam nada sem as campanhas contra o "bullying" contra o tabagismo, pela implantação dos casamentos "sex-lib" forçados a clérigos militares ou mesmo pela reforma dos hábitos alimentares da população americana, com o apoio de sua "esposa" - afinal, dizem que o sujeito não joga no time convencional. Se Patton ouvisse dizer que um presidente tentou forçar um rabino a conduzir um "casamento" como os dos "colegas" do democrata, a resposta seria uma bala de .45 no crânio do chefe do Executivo. Infelizmente, a revolução cultural conseguiu fazer secar a fonte da hombridade americana, e o que resta é o vexame demoníaco ou o circo da política dos EUA contemporâneos. Com uma lista de realizações tão notável, como a classe jornalística brasileira não amaria Obama?

Em um raro caso onde brasileiros não são movidos pela inveja, os jornalistas da nação latina descobriram alguém que são capazes de realizar por suas "realizações". Todo o fenômeno diz muito sobre a índole dos periodistas daqui, por sinal - são pessoas degeneradas, violentas e dispostas a estimular ou louvar os mais perversos crimes, em nome da ideologia totalitária. Cada um dos delitos do vigarista que comanda o que foi a maior nação da Terra é algo que a esquerda sonha em fazer aqui, ou superar em proporções da destruição. Na ânsia de "destruir o passado", "jogar por terra prisões e igrejas", os intellectuals podem ir longe, e Obama encarna o potencial devastador do socialismo "discreto". O democrata é a criação mais eficaz de George Soros, é o filho favorito da ONU e conseguiu fazer para Cuba aquilo que toda a militância bolchevique brasileira tentou, por meio século, sem sucesso. Todo marxista sabe, e jamais confessará: Obama é um deles, e está seguindo com maestria a trilha para o desastre, com passos leves e pausados.

Em vídeo - Olavo de Carvalho discute a cobertura da mídia sobre Barack Obama

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O problema chamado PSDB

Discutir a possibilidade de ver uma direita representada pelo PSDB chega a ser uma piada - o nome do partido denuncia precisamente o que a sigla é. Como o partido de Lênin, é uma criação de intelectuais marxistas - entre eles, o senhor Fernando Henrique Cardoso, que, como o público inteiro sabe, é o maior portador nacional do fabianismo. Qualquer entusiasmo passageiro com a agremiação é uma armadilha e um convite para a decepção certa: é uma pena ver discursos de José Serra contra  - discretamente, é óbvio - o Foro de São Paulo, porque essas frases não pertencem a ele e roubam a atenção de figuras que querem dizer a verdade inteira e sem medo de ferir a sensibilidades de aliados. Entre os que têm muito mais a dizer estão Paulo Eduardo Martins, que é, verdadeiramente, um conservador e um inimigo do bolchevismo - qualquer passo das raposas velhas do partido em direção a uma postura mais crítica contra a "pátria grande" é apenas desinformação. O leitor pode se perguntar quais razões fazem do PSDB um partido tão ruim, um problema tão sério - a resposta é simples: o partido quer ser apenas mais um dos caminhos possíveis para "o comunismo", a "sociedade sem classes" ou outra das infames promessas irrealizáveis do movimento revolucionário. E este caminho, como apresentado por luminares do socialismo brasileiro, está pavimentado com legalização de drogas, assassinato - através da eutanásia ou do aborto - e outras das maravilhas pregadas cotidianamente pelo flagelo da humanidade.

George Soros tem um sósia no Brasil, e este homem é o nosso ex-presidente tucano. Tudo o que "a corporação" ordena é visto como mandamento divino pelo cacique máximo do socialismo científico "suave" do país. Como seria possível ver aliados em tipos como o antigo chefe do executivo? Sem ele, não haveria MST - os "assentamentos" em grande volume só tiveram início na década de 1990, com a bênção do tucanato. As primeiras regras para o desarmamento da população civil - incluindo a proibição do porte por pessoas que não sejam ligadas às forças armadas, às polícias ou ao judiciário - também foram forçadas goela abaixo do povo através da vontade de FHC. O mesmo cidadão, hoje em dia, vive para defender a legalização das principais fontes de sustentação financeira da maior força revolucionária que a América Latina já viu - as FARC. Não apenas isso: Fernando Henrique Cardoso, conforme já afirmou Olavo de Carvalho, foi um dos mentores do Foro de São Paulo, e só não ligou seu partido à "coordenação estratégica dos movimentos de esquerda da América do Sul" por medo de "prejudicar seu marketing" - afinal, Kerensky pode ser socialista, mas não quer se propagandear como um Lenin. O PSDB é uma armadilha e um desastre esperando para acontecer - a única solução para os riscos que esse partido oferece é a infiltração e a destruição da sigla por dentro, com a tomada de postos-chave por conservadores que estejam dispostos a apostar suas carreiras em esforços de "desmonte" da militância subversiva lá existente. Há quem esteja fazendo excelente trabalho dentro do partido, mas o que foi conseguido, até o momento, está longe de ser a vitória derradeira.

Por sorte, a população entende que o PSDB é uma sombra do inimigo. Nas manifestações, os líderes da organização foram expulsos e humilhados - tratamento que é apenas aquilo que eles merecem. Um partido de covardes vendidos, de pessoas que se recusaram a atacar os maiores inimigos do Brasil e a falarem a respeito dos verdadeiros problemas pelos quais a nação passou, não é digno qualquer respeito. Os chefes da sigla jamais falaram uma palavra a respeito da fraude eleitoral de 2014 - através dessa postura estratégica, demonstraram que estão dispostos a entregar a liberdade e a vontade soberana dos brasileiros, em troca de migalhas e de aparências. Os mesmos líderes nunca - repito, nunca - fizeram um comentário a respeito da maior organização criminosa da América Latina, o Foro de São Paulo. Como seria possível ver algum resquício de pensamento conservador em um grupo de oportunistas que não ataca a maior ameaça à civilização de seu continente, que até mesmo se recusa a "mencionar o nome da fera", até mesmo diante do colapso econômico e social ocasionado por essa mesma ameaça? A postura de Aécio Neves diante da derrota no pleito dá todas as respostas de que o povo precisa a respeito da natureza de sua agremiação: os social-democratas fazem parte do problema.

Olavo de Carvalho uma vez disse que "deve-se votar até mesmo no diabo para impedir que o PT se mantenha no poder". É verdade: é por isso que a maior parte do movimento conservador votou no PSDB. É uma decisão justificada e absolutamente necessária - a monarquia russa defendeu Kerensky porque sabia exatamente aonde a estória terminaria, sob o punho de ferro do partido leninista. Entre viver à beira do paredão de fuzilamento, tratado como animal nas profundezas do GULAG ou viver em um país governado por picaretas simpáticos a vícios pouco dignos, é evidente que a última opção ainda é melhor. Contra tiros, não há argumentos - contra políticos degenerados e pusilânimes, basta empregar, sem moderação, a verdade. O totalitarismo só pode ser derrubado com armas, como foi feito com Ceausescu. O fabianismo pode ser denunciado, humilhado e extirpado com a pena de mestres como o que criou a contra-revolução brasileira. A social-democracia deve ser usada como aríete eleitoral: uma vez derrotados os inimigos mais letais, deve ser descartada ou arruinada, a partir de seus próprios quadros. Por sorte, a maioria deles não possui preparo intelectual ou fibra moral o suficiente para a guerra - os conservadores, por sorte, estão redescobrindo a força da normalidade. Deus permite que os maus se destruam na sujeira que lançam contra o Criador, e dá aos ascéticos e perseverantes a vitória sobre as adversidades. Kerensky era fraco demais para os assassinos do partido bolchevique - apesar de maus, eram disciplinados. O Czar não contava com tropas disciplinadas para fazer frente a seus inimigos. No Brasil, fabianos e bolchevistas se permitiram dissolver na imundície - não restará qualquer coisa da esquerda, se o país tiver sorte. O PSDB deve ser - e está sendo - usado. Uma vez conquistado o máximo de espaço possível, a sigla deve ser jogada no esquecimento político - sem dúvidas, os líderes do partido deram o máximo de si para receberem essa resposta.

Em vídeo - Olavo de Carvalho discute a funçao do PSDB na estratégia marxista:


segunda-feira, 16 de maio de 2016

Sem uma "marcha pelas instituições" não há Revolução Brasileira

A explosão de livros conservadores no mercado editorial brasileiro é um fenômeno de importância imensurável, e o mérito da situação atual é, em grande medida, do jornalista e filósofo Olavo de Carvalho. O autor realizou diversas proezas contra a esquerda nacional: as mais notáis foram, em primeiro lugar, a destruição da imagem e do respeito da população pelo movimento revolucionário. Antes das "ofensas em massa" contra a ex-presidente Dilma Rousseff, Olavo já tratava as figuras do Partido dos Trabalhadores como elas merecem ser tratadas. O primeiro a se referir a Lula nos termos mais corretos foi Olavo - a observação profética da reação de Luiz Inácio à queda ficou gravada em pedra com as imagens das feições do antigo líder sindical, uma vez considerado a personalidade política mais influente do Brasil. Hoje, Lula é uma sombra, e quem deu os primeiros golpes de marreta em sua reputação imerecida foi Olavo de Carvalho. Dilma Rousseff só recebeu tratamento adequado, da mesma forma, pela mesma pena. Consciente de seu papel, o filósofo tomou os passos essenciais para o começo de qualquer levante: criou, a seu modo, uma nova mídia, insurrecional, a partir do nada. Antes da gigantesca profusão de sites e comentaristas conservadores, havia o Mídia Sem Máscara e o True Outspeak. O escritor começou a fazer exatamente o que agora é missão fundamental do conservadorismo brasileiro: criou, ou lançou as bases para, veículos de comunicação de massa, com ponto de vista conservador, abertamente favoráveis à destruição do estado de coisas atual.

Apesar do grandioso trabalho do jornalista, o movimento conservador ainda está longe de conquistar o espaço necessário para o fim do movimento revolucionário. Os grandes veículos de comunicação ainda estão, em essência, sob controle das esquerdas. A televisão é, possivelmente, o mais eficaz dos meios para a construção de um movimento político de dimensões nacionais. Foi a televisão que fez Lula uma força quase invencível. A direita tem a obrigação moral de "expulsar a pontapés", como diz o maior nome das letras contemporâneas, a esquerda dos maiores cargos. O conservadorismo não pode mais ser retratado como uma corrente política sectária e hostil à sociedade - a mídia precisa descrever apenas a verdadeira natureza do pensamento tradicional, que é o amor à produtividade, à normalidade, ao respeito aos valores civilizacionais mais caros ao Ocidente, como a liberdade individual. Enquanto os grandes veículos de comunicação modernos repetem insistentemente que o conservadorismo é "elitista" e "hostil às minorias", é preciso que a nova configuração dos principais meios demonstre que é precisamente o conservadorismo que defende o modelo de Estado que torna possível a sobrevivência das minorias e o bem-estar da vasta maioria da população. É preciso dizer, sem medo da "casta burocrática" corporativista, que é justamente o marxismo a ideologia que mais promove a violência selvagem contra as minorias e os dissidentes. O totalitarismo marxista é, possivelmente, o movimento mais elitista, tecnocrático e cínico que a História já viu - não há elite mais poderosa que a elite comunista, em qualquer um dos países em que a corja conseguiu tomar as rédeas do Estado. É o momento de tomar o espaço necessário para dizer isto a todos os brasileiros, e demolir, como Olavo demoliu a reputação de Lula, o que sobra de credibilidade para o movimento socialista.

A esquerda tem consciência da importância dos grandes veículos de comunicação - é por isso que cabeças estão rolando nas redações. Joice Hasselmann foi apenas uma das vítimas, e talvez uma das mais notáveis. A resposta deve ser implacável contra todos os jornais, revistas e canais que se rendem ao coletivismo: os conservadores não podem ter medo de se referirem ao lixo usando o nome mais justo para a escória. Onde a infiltração não for possível, a desmoralização é urgente e tão necessária quanto a ocupação. A direita precisa, o quanto antes, de uma campanha de "terra arrasada" contra os já desacreditados veículos. A vasta maioria da população entende que as bandeiras defendidas pela classe jornalística são abertamente hostis a tudo o que o povo brasileiro ama - o esforço de destruição do estado de coisas presente não é impossível de ser realizado: o quadro conspira a favor do colapso da "revolução cultural". Os conservadores precisam entender que este é o momento da reação bem-sucedida, precisam trabalhar em nome da "contra-revolução cultural". A tarefa já está sendo conduzida, mas é necessário conquistar mais do que o obtido até agora, muito mais. Não é possível entender as poucas concessões como vitória: a esquerda pretende, com os escassos "territórios" entregues, o que o "marxismo editorial" pretende é alegar que "aceita opiniões divergentes". A grande maioria das conquistas neste campo foram controladas, tímidas, escondidas, como o espaço na Folha e na revista Veja. Como não são idiotas, os representantes da "vanguarda" nas chefias de redações sabem perfeitamente bem que é preciso "entregar os anéis para salvar os dedos". O esforço geral do movimento conservador - e da sociedade inteira, que é conservadora até a alma - deve ser para tomar o machado e amputar os bracinhos deformados da monstruosidade marxista. Como na Polônia, é preciso aleijar o movimento, proibir sua existência e, se possível, jorgar alguns dos colaboradores na cadeia. Há motivos de sobra para a última medida, como a colaboração com organizações criminosas continentais ou, o mais óbvio, os tão alardeados escândalos de corrupção, que, por sinal, estão longe de ser o mais grave. É só escolher um motivo, e fazer o que o Brasil exige, aos gritos e ofensas, nas ruas.

A cabeça do marxismo brasileiro está a prêmio - vox populi, vox Dei. A hegemonia cultural morreu, por obra de um líder revolucionário - discreto, é verdade - que faz Robespierre parecer um amador. A guilhotina do "socialismo petista" foram profanidades, muito merecidas, diga-se de passagem, lançadas contra o lixo da civilização. A "revolução cultural" morreu em estádios, ruas e durante discursos fracassados em rede nacional, recebidos com desprezo sincero e justo pelas massas. Em ironia "nunca antes vista na História deste país", a mesma força vista como a que colocaria "a vanguarda do proletariado" no poder foi a responsável pelo sepultamento dos "revolucionários profissionais" em ostracismo e escárnio completo. Uma das últimas barricadas da esquerda - do que restou dela - é o conjunto dos grandes veículos de comunicação. É preciso "tomar a bastilha" e libertar aquelas verdades que a casta revolucionária não ousa pronunciar. Quando acontecer, todo o Brasil verá que "o rei está nu", e não haverá qualquer possibilidade de reconstrução do "socialismo do século XXI" nessas fronteiras. O desafio é grande, mas o movimento conservador já mostrou que é capaz do impossível. Há uma década, era impossível pensar em Lula como um líder humilhado e impotente - um retrado do psicopata desmascarado. O que tinha a pretensão de "reconstruir na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu" agora é uma ruína, uma caricatura horrenda de alguém que se via como um Lech Walesa varguista. A revolução brasileira, através de sua melhor baioneta, mostrou que Luíz Inácio era mortal, frágil e edificado sobre lama: um ídolo pronto para cair, que exigia apenas a persistência a a descrição da realidade. Que Deus conceda ao movimento conservador a força e a persistência necessárias para a "luta final": cada brasileiro deve torcer para que os soldados da revolução brasileira possuam tanto vigor de caráter quanto o homem que, até agora, apostou mais de sua própria fortuna, saúde e trabalho no futuro de liberdade. Os novos alvos da "revolução brasileira", da "contra-revolução" devem ser os agentes do poder totalitário postados nos veículos de comunicação de massa - seus cargos devem ser tomados e a nação deve saber a quais interesses os "agentes de desmoralização" - conforme o termo usado por Yuri Bezmenov - servem. A guerra continua, mas a certeza de que a verdade termina por falar mais alto deve confortar cada um dos conservadores até o último dia. Toda tirania nasceu para ser derrubada, e não será diferente com o "socialismo petista" e o Foro de São Paulo, ao qual o Partido serve.

Assista ao comentário de Olavo de Carvalho sobre os veículos de comunicação de massa e a classe jornalística:


domingo, 15 de maio de 2016

Sobre a derrota provisória do petismo

A nomeação de Michel Temer à Presidência da República deu alívio nao apenas para o movimento conservador nacional, mas para a própria economia e para a maior parte da classe trabalhadora. O petismo jogou milhões de brasileiros no desemprego e na miséria - mais de dez milhões agora estão sem trabalho, e quantidade enorme de pessoas não pode sequer contar com o poder de compra oferecido pelos ineficazes "programas sociais" da era Lula: a inflação já destrói o valor do real mais rápido do que o welfare é capaz de correr. É urgente colocar ordem na situação da indústria nacional, que está à beira da morte, assim como no valor da moeda. Devolver credibilidade ao Brasil é outra tarefa que vai exigir considerável esforço ao senhor Temer, e não é possível prever quando será mais uma vez interessante aos investidores estrangeiros apostar recursos aqui. O que todos, especialmente na direita, já esperam é a resposta das esquerdas ao impeachment: o movimento socialista brasileiro não permitirá que o país se livre tão fácil da sombra do totalitarismo. As "nações bolivarianas" denunciam o "golpe contra a democracia" que houve no Brasil - Cuba está esperneando, assim como a Venezuela e a Bolívia. Nenhuma dessas nações é um exemplo de democracia, respeito pelas liberdades individuais ou pela integridade física de opositores pólíticos, e o movimento esquerdista brasileiro também não está preparando exatamente uma "recepção com flores" para o novo chefe do executivo.

Neste momento, não parece que a esquerda continental dará uma resposta "russa" aos acontecimentos no Brasil - quando a Ucrânia saiu da esfere de influência do regime de Vladimir Putin, foi muito fácil para a nação detentora das mais poderosas forças armadas da Eurásia colocar a "nação cossaca" de joelhos. A situação na América Latina é muito diferente - o Brasil não saiu inteiramente das asas do Foro de São Paulo. Temer já nomeou integrantes de "partidos irmãos" para ministérios vitais para a sustentação do país. O antigo Partido Comunista Brasileiro, atual PPS, está no comando do Ministério da Defesa - é mais uma parte significativa do Estado sob controle direto de um criado da organização criminosa. Ao mesmo tempo em que o novo Presidente da República não toma distância radical do bloco ideológico continental, a Venezuela e a Bolívia - as nações vizinhas com discursos mais agressivos contra o novo comando do Brasil - não estão em situação de criarem catástrofe militar contra o vizinho austral, maior e com mais evidente pujança produtiva. Apesar da situação severa na qual o país se encontra, esta ainda é a maior economia da América do Sul, ainda é um dos maiores produtores de gêneros agrícolas e ainda é, para os padrões regionais, uma potência industrial. As principais cidades, para a vida econômica brasileira, estão localizadas em regiões a distâncias expressivas dos vizinhos hostis. O principal dano que essas nações podem causar de deve à fraqueza do exército brasileiro, sucateado e sem condições de se manter em operação por mais de cinco horas, por falta de munições. A doença que aflige as forças de defesa do Brasil, ao que tudo indica, foi fabricada pelo governo anterior com o objetivo de assegurar que o feudo de Lula jamais se voltaria contra a "Pátria Grande" - a Venezuela se armou, e muito bem, com caças e fuzis russos exatamente pela mesma razão.

Além da clara ameaça oferecida pelo "movimento bolivariano" continental, a nova administração deverá lidar com um problema gigantesco - provavelmente muito maior do que o risco de um conflito armado com Estados vizinhos - dentro das fronteiras. A direita nacional não pode se esquecer de que apenas o poder formal do Partido dos Trabalhadores está definhando - a maior parte da influência da quadrilha não vem de cargos, mas sim dos chamados "movimentos sociais" e dos sindicatos. A Presidência da República era apenas o verniz democrático para o "Exército do Stédile", a verdadeira máquina de terror no campo utilizada para agredir o país. A CUT é o instrumento utilizado pelo movimento esquerdista para destruir a indústria, e a UNE é empregada nas paralisações das instituições de ensino. A constelação de organizações similares que o Partido tem à sua disposição é o maior potencial ofensivo do movimento revolucionário no Brasil, e pode fazer muito mais estrago do que ataques contra os territórios fronteiriços. Um bombardeio eficaz consegue arruinar a indústria de um país - para um grupo que não possui uma força aérea bem-equipada o suficiente, a sabotagem sistemática contra o campo e as cidades do inimigo é até mais desejável, e com o disfarce de uma revolta contra um governo acusado de usurpar o poder. O que está acontecendo em quantidade grande de escolas do Rio de Janeiro e de São Paulo é exemplo de uso do "músculo coletivo": a partir de agora, todos os movimentos de massa que se calavam diante do naufrágio civilizacional passarão a protestar e impedir o funcionamento normal do máximo de instituições que forem capazes de alcançar.

Os "movimentos sociais" são um problema grave, mas Temer ainda deverá lidar com um terceiro, antes de ser capaz de colocar a nação nos trilhos: o funcionalismo público e o aparelhamento do Estado. Os vizinhos "bolivarianos" podem ser um problema diplomático significativo e uma ameaça militar, os "movimentos sociais" têm a capacidade de criar caos na indústria e na agricultura, mas talvez a pior das situações seja a identificada no próprio Estado. Qualquer reforma econômica deverá, necessariamente, passar pela burocracia. E a "casta burocrática", ou boa parte dela, entendeu que o petismo é a melhor expressão de seus interesses. Para grande parte dos servidores, Michel Temer não é apenas um "golpista": é um "inimigo de classe". Apesar de ser integrante de um grupo historicamente ligado com o "estamento" governante  - para utilizar a expressão de Olavo de Carvalho - cristalizado no Partido dos Trabalhadores, Temer é visto como um líder favorável às privatizações e a uma abordagem liberal na economia. Os integrantes da burocracia jamais permitiriam que um presidente com esse tipo de conduta fosse capaz de agir livremente, e com certeza o novo chefe de Estado enfrentará problemas dentro de sua própria administração. A quantidade de expedientes que podem ser empregados contra o ex-aliado de Dilma é tão grande e com usos tão criativos que resta apenas apiedar-se pelos que serão responsáveis por lidar com isso. O novo governo poderá ser ignorado, negligenciado por seus funcionários de diferentes importâncias, sabotado em todos os níveis, poderá enfrentar sucessões de greves em praticamente todas as autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista  e muito mais. A confusão criada pelos "movimentos sociais" é como uma doença viral ou bacteriana, na qual o agente é externo à "vítima". Os dano causados pela própria burocracia são como decapitar o pobre coitado, e o Partido, humilhado durante o processo que deu fim a treze anos de controle sobre o Estado, não terá qualquer misericórdia dos que agora decidem os rumos da nação.

A vitória na batalha pelo fim da Presidência petista deve ser comemorada, com ressalvas gigantescas, como é indicado pela negligência da oposição a respeito da fraude eleitoral de 2014. As lutas mais importantes ainda estão longe do fim, e quase todas elas dizem respeito à própria civilização, aos fundamentos da cultura do Brasil. O país precisa de uma contra-revolução cultural, que irá varrer para "a lata de lixo da História" toda a degeneração material, moral, artística e mesmo linguística fomentada pelo "partido da burocracia" e pelo movimento revolucionário. Este processo leva décadas, porque é a própria instrução das novas gerações, sob as luzes da alta cultura - é, efetivamente, o processo de reinserção do Brasil na cultura universal, que é vista como "elitista" e "eurocêntrica" pela classe de trogloditas que permaneceu por mais de uma década com o poder de decidir quais formas de expressão estão mais de acordo com o projeto totalitário-coletivista. A formação de cidadãos através de uma educação saudável, que devolva as glórias do Ocidente aos estudantes, será o confronto derradeiro, e que exigirá força sem fim de todo o movimento conservador. A esquerda moderna se curva sob o peso de sua atrocidade deformada, e seria repudiada pelo próprio Lenin, que acabaria por abandonar o marxismo e decidiria ler urgentemente Chesterton, caso tivesse sequer ideia da queda observada nos simpatizantes atuais do bolchevismo. A mente da "vanguarda" está morta, e seu fedor se espalhou pelo que o Partido dos Trabalhadores convencionou chamar de "cultura" de maneira quase caricata. A guerra cultural é, no fim, a guerra decisiva, e a agonia esquerdista mostra que o futuro será melhor para o conservadorismo do que para os leninistas.

Comentário de Olavo de Carvalho sobre a situação política brasileira - autor discute o método de poder do "estamento burocrático", a "revolução cultural" utilizada pela esquerda como estratégia de perpetuação no comando da sociedade e importância da "guerra cultural" e da derrubada do Partido dos Trabalhadores:

sexta-feira, 13 de maio de 2016

A reestruturação da esquerda

Assistir aos episódios recentes da política brasileira é um presente para qualquer conservador: mais uma vez, o movimento comunista dá testemunho de que sua maior vocação é o fracasso e a desilusão, para a massa de militantes estupidificados e histéricos que realmente pensavam ser capazes de impedir o colapso com berros de "não passarão!". A vitória do Brasil sobre o petismo, na batalha contra o governo Dilma, deve ser a primeira de importantes passos na nação rumo a um futuro de normalidade humana - quem sabe, até de um maior despertar da pátria contra os males da ideologia ou da mentalidade revolucionária em geral. Todavia, o Partido dos Trabalhadores não acabou, e mesmo que a sigla seja efetivamente extinta, o país ainda será forçado a lidar com os elementos restantes do mal que parasitou a população por mais de uma década. É efetivamente impossível, para qualqur nação do mundo, livrar-se de um sistema socialista rapidamente - em alguns casos, em qualquer intervalo de tempo. A Rússia perdeu o Partido Comunista da União Soviética e o KGB, mas ganhou Putin e a FSB. A China perdeu Mao, mas a boa e velha corja de bandidos idosos continua segurando firmemente as rédeas do poder - com a catástrofe do mundo comunista no fim da década de 1980, foi o "liberal" Deng que fuzilou manifestantes democráticos, em praça pública. O Partido dos Trabalhadores não vai entregar o jogo facilmente, e já preparou uma hoste de sucessores, nas variadas intensidades de violência revolucionária da esquerda: para saber o que será feito do comunismo brasileiro, é necessário apenas ver "para onde estão indo os ratos".
O impeachment e as manifestações forçaram a esquerda a
"mudar de nome" - o petismo mudou de uniforme
Imagem: Correio do Pantanal

É evidente que a "topografia política" do Brasil mudou, de forma séria e, quem sabe, duradoura. O PSDB está acabado, desacreditado e dividido. O Partido dos Trabalhadores está na cadeia - militantes e grandes nomes políticos migram para siglas menores da esquerda, fortemente identificadas com bandeiras como o movimento "sex-lib" e a legalização das drogas. O Partido foi "terceirizado": o PSOL presta serviços "na mais antiga das profissões", e para favorecê-la, naturalmente, como é sua vocação. Marina Silva e seus associados empunharam as bandeiras ambientalistas - que, aliás, também são muito caras a boa parte do PSDB. PSTU, PSOL, PCO e outras siglas da esquerda radical continuarão a fazer o papel que era, historicamente, o do Partido dos Trabalhadores: o de revolucionários profissionais, agitadores e grevistas. Essa é, aliás, a verdadeira vocação do PT, e, em parte, ajuda a compreender a falência do movimento, que definhou a se afastar de seus "apoiadores típicos" no esforço de manutenção do poder através da corrupção e da cooptação subversiva da maior parte da "casta burocrática". O PT está sendo dividido em dezenas de outros partidos e movimentos, e grandes nomes do Partido, como Marta Suplicy, correram ao perceber que "o barco estava afundando". Menos mal para os que conseguiram fugir a tempo, e péssimo para aquelas pessoas que jamais conseguirão se livrar da mancha do movimento. Se o PT sobreviver como gangue eterna de arruaceiros, será uma vitória (para o movimento e os bandidos leninistas profissionais): a aposta de agora é exatamente essa.

O PSDB nunca foi um partido popular, e agora é menos ainda - para um partido de oposição, ser expulso de manifestações contrárias ao governo não é exatamente um sucesso inquestionável. Fernando Henrique Cardoso é uma figura dúbia e antipática, que agora é identificada como que há de mais detestado - pela população - na esquerda brasileira: o conjunto de bandeiras da chamada "revolução cultural". FHC é porta-voz de George Soros, da legalização da maconha, da legalização do aborto e das campanhas de perseguição velada à religião cristã, que ainda é a maior força civilizacional e fonte de motivação para a vasta maioria dos cidadãos. Um homem que defenda o que FHC defende pode se considerar morto, politicamente, em um país como este - a única coisa que o salva, de fato, é uma imagem construída com meticuloso trabalho de Marketing, que jamais dará ênfase à essência do personagem: ele é um esquerdista, sempre foi esquerdista e sempre será. A sorte do país é que o sujeito jamais poderá voltar aos holofotes, simplesmente porque não possui qualquer carisma - será sempre lembrado apenas como "o presidente da estabilização", uma criatura incolor que é tratada com desprezo pelos conservadores, com indiferença pelo centro e com ódio mortal pela esquerda. O resto do PSDB está em situação igual ou pior: Aécio é chamado de "cocainômano" pela esquerda - a direita diz a mesma coisa, e ainda o acusa de colaboracionista do petismo. De fato, o político não foi exatamente "o mais feroz" dos adversários de Lula, afinal, não é todo dia que se vê um "oposicionista" dizer insistentemente que seu adversário é "o melhor presidente que este país já teve" e um "fenômeno". A bajulação compulsiva tem um preço, e este é a vingança de quem realmente está contra o poder. A resposta a Aécio veio durante as grandes manifestações do dia 13 de março, e foi absolutamente merecida.

Não há dúvida sobre o benefício trazido pela queda da presidência do Partido dos Trabalhadores para o país - ao menos agora a economia terá algum tempo para "respirar". A mudança era absolutamente necessária, ainda que não tenha sido imposta através dos métodos ideiais, que poderiam ser, única e exclusivamente, a revolução popular. O povo brasileiro indubitavelmente despertou para a política, e tomou consciência de quem é, e do que defende - e sempre defendeu. Durante do colapso do "socialismo petista", a nação brasileira percebeu quem é, perdeu o medo de dizer que é conservadora, cristã. Ainda que o poder do Foro de São Paulo permaneça formidável e ameaçador, o golpe sofrido pela esquerda foi severo e deixará cicatrizes eternas - a nova configuração de seus partidos é resultado das ondas de choque que o levante popular fez. Observar os próximos passos da esquerda nacional é crucial para que os brasileiros sejam capazes de atacar o bolchevismo onde ele é mais fraco - se, apartir de agora, o petismo começar a se travestir de "PSOL", "Rede" ou o que o valha, o movimento conservador já sabe quem deve ser levado a julgamento. A quadrilha de usurpadores homicidas e patrocinadores do totalitarismo socialista pode ter mudado de nome, mas seus crimes - e projetos criminosos - são os mesmos. O Brasil pode comemorar uma vitória, mas a guerra continua: o inimigo apenas recuou e mudou de trincheiras.

Assista ao comentário de Joice Hasselmann sobre o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República:


Reinaldo Azevedo e a mentalidade revolucionária na direita

O jornalista Reinaldo Azevedo gosta de se declarar "conservador", "católico" e, por vezes, "de direita". Os atos sempre dão o mais perfeito testemunho da natureza de um personagem: a autopromoção, especialmente quando a vasta maioria do público  adere a uma bandeira, tende a ser pouco confiável. Pode-se dizer que a substância intelectual da qual o colunista da revista Veja é feito não tem o melhor dos perfumes. O lixo que domina a essência do principal veículo de comunicação para o qual contribui Azevedo parece ter maculado boa parte da direita, muito propensa a aderir a um determinado conjunto de condutas que se enquadram na "mentalidade revolucionária": o libertarianismo é uma caricatura muito simplória e óbvia para que Reinaldo a endosse. A direita brasileira ama o liberalismo extremado, o mesmo que acredita ser possível implantar a democracia ocidental em qualquer nação do mundo. Os direitistas também se deixam seduzir pelo discurso da "intervenção militar", ignorando a natureza eminentemente revolucionária do positivismo, monarca supremo dos miolos-moles de farda. Outros se permitem acreditar em um purismo religioso mesquinho e vulgar, que reflete o modo de ser das senhoras curiosas das cidades do interior - de alguma forma, esses acreditam que a perfeição será alcançada através da boataria incansável. Reinaldo adotou a sua própria conduta revolucionária: na sua confusa cabeça de trotskista, conseguiu casar George Soros com Dilma Rousseff e George Bush. Ele acredita piamente da Constituição Federal de 1988 - obra prima da loucura milenarista, tão atingível quanto a sociedade sem classes ou a justiça através da violência anarquista. Ele pensa, sinceramente, que "as instituições" estão "em perfeito funcionamento" - ignora, como todo bom ideólogo, a realidade que o cerca: o poder praticamente invencível do estamento burocrático. Ele não vê os problemas do discurso das militâncias sex-lib, e pensa, honestamente, que dois homens barbados formam um casamento. O que se passa na cabeça do jornalista, precocemente senil, só pode ser fruto de suas lesões neurais - nisso, ele conseguiu se aproximar de Trotski. E acredita, o que é pior, naquilo que diz o movimento mais canalha, caluniador, assassino e demoníaco da História - isso mesmo, Reinaldo acredita piamente na versão brasileira dos "Protocolos dos Sábios de Sião": os relatos dos marxistas tupiniquins sobre as "torturas" cometidas contra os guerrilheiros, em particular, as que teriam sido feitas por Brilhante Ustra. Eric Voegelin e Russell Kirk explicam o problema de Reinaldo Azevedo quando falam sobre "a impossibilidade de levantar questionamentos", característica perene da mentalidade revolucionária.

Por algum segundo o jornalista pensa a respeito de quem faz as acusações? Que credibilidade as únicas testemunhas possuem? Mais importante: o que estavam fazendo essas pessoas, e em nome de que movimentos esses indivíduos estão lutando? Que métodos essas pessoas e seus movimentos usam, e se tal modo de agir inclui - como o miserável decididamente sabe - a mentira sem fim? Dilma nunca deixou de ser marxista-leninista: apenas mudou de organização. A senhora "líder máxima" participou de um movimento que sequestrou, roubou, torturou e assassinou, comprovadamente, pessoas inocentes, como o adolescente, soldado, Mário Kozel Filho. As pessoas que são as principais testemunhas contra Ustra - que, aliás, não possui sentença transitada em julgado - fizeram parte de movimentos que torturaram e assassinaram pessoas a coronhadas. Por que diabos Reinaldo Azevedo atribui autoridade de mandamento divino toda e qualquer asneira jogada por essa gente contra quem impediu a implantação do comunismo do Brasil? Por que ele gosta do, se imagina como um dos integrantes do, defende o estamento burocrático nacional. Reinaldo Azevedo foi trotskista porque se imaginou parte da elite iluminada que ditará o caminho para o futuro perfeito sob o socialismo. O deficiente mental apenas mudou a roupa de sua fantasia escatológica: com um leve tempero à moda Soros, o milenarismo de Azevedo é capitalista, com sex-lib e quem sabe com a salvação, neste mundo (porque, afinal, ele defende a Constituição de 1988, logo...), e que se dane a realidade. Que todo o bom senso que obriga qualquer ser humano normal a desconfiar dos mentirosos compulsivos se exploda. O ódio gnóstico contra a existência também força o ideólogo a negar a percepção mais evidente - a promessa submete a visão. Em nome da fantasia, mais uma vez, o pobre desgraçado se confere o direito de ser o novo tribunal, em presságio do que o autor faria caso tivesse o poder, em seus anos de juventude no marxismo ou, quem sabe, hoje. Não há condenação, exame de corpo de delito ou qualquer evidência das acusações - há apenas a "prostituta das provas", repetida ad nauseam nos jornais e revistas pervertidas pela ocupação de espaços gramsciana (com a qual, na guerra da cultura, Reinaldo colabora).

Em inúmeros aspectos, é possível concordar com o colunista - assim como é possível defender políticas de imbecis ou genocidas como George Bush ou Deng Xiaoping em infinitude de temas. Napoleão foi um assassino, responsável por carnificina superada apenas na Primeira Guerra Mundial - ainda assim, o demônio corso pode ensinar muito sobre "como crescer na carreira". Reinaldo Azevedo é um idiota completo quando repete, quase como militante do "PSOL", partes da agenda cultural da esquerda, ou quando assina toda a propaganda difamatória - se é um desinformante consciente do que está fazendo, é um traidor do país e deve ser tratado como tal. Se é apenas vítima de atavismo da infame mentalidade, é um dos tipos que merecem piedade. Em sua coragem, ao lutar contra o petismo e até mesmo contra bandeiras da "esquerda whole-foods", merece todo o apoio e admiração. É uma pena que autor tão talentoso tenha se prestado a papel tão imundo quanto o que agora o comentarista desempenha: agente de desinformação, caluniador de pessoas que protegeram o Brasil do sistema que merece o título de flagelo da humanidade. As deformações e cicatrizes deixadas pelo gnosticismo coletivista em todas as nações parecem estar presentes também em inteligências de pessoas que poderiam ser absolutamente normais - alguns estão fadados a andar, mancando, para todo o sempre, ao redor das mesmas ilusões, que agora estão cobertas com vestes menos vulgares.

O jornalista comete um deslize que demonstra, ironicamente, o quão distante está, na realidade, daquilo que ele alardeia ser. Acusa Olavo de Carvalho de "apoiador do golpe militar" e de pessoa que gostaria de implantar "o extermínio dos homossexuais". Quando Olavo advogou a favor da violência contra quem quer que seja? Reinaldo ou enlouqueceu ou emburreceu - não é possível que um ser humano são e estável diga tal sequência de barbaridades em pleno estado de consciência (assumo aqui, também, que Azevedo efetivamente é um homem culto, e não apenas um papagaio bem-treinado). Reinaldo demonstra, acima de dúvidas, que deixou seus pobres neurônios absorverem a histeria tão cara à escória revolucionária. Ele acredita - ou finge acreditar - que Olavo é um "promotor da violência": a única violência que Olavo deveria cometer, sem misericórdia, é mandar o articulista da revista Veja para o único lugar com o característico fedor de "bullshit" que grita em cada uma das calúnias de Reinaldo Azevedo contra o mais competente dos jornalistas e filósofos que o Brasil tem. O "conservador pelas drogas" também acusa Olavo de ser "aiatolá" do movimento esquerdista: de fato, a doença prejudicou a tal ponto o pobre intelecto de Azevedo, que, neste momento, o paulista acredita haver comparação possível entre "gurus" pseudo-religiosos que mandam adolescentes do Hezbollah pegarem em armas e entre um escritor que foi o homem que mais se expôs e lutou contra um dos piores esquemas totalitários já vistos pela América Latina. Se o estilo esnobe e falso como uma nota de três reais do careca de estimação do liberalismo economicista não é o suficiente para desacreditar Reinaldo Azevedo, a estupidez e a desproporção histérica das asneiras que o jornalista profere contra os nomes da verdadeira direita e do verdadeiro conservadorismo fazem bem o serviço. Os gritinhos de escândalo de Reinaldo, "Fascista! Fascista! Fascista" são a identidade do ruminante: o lugar do colunista é das fileiras bovinas do trotskismo, de onde ele nunca deveria ter saído.

Assista aos comentários feitos por Reinaldo Azevedo sobre Olavo de Carvalho e às considerações de Olavo de Carvalho sobre as propostas de "intervenção militar":



quarta-feira, 4 de maio de 2016

Ustra e a credulidade insquestionável

A esquerda é senhora absoluta da mentira, da falsificação e da "recriação" da História, à imagem e semelhança das imaginações dos próprios militantes socialistas. Ao longo dedécadas, o movimento marxista espalhou por todos os coninentes o mito de que Trotski teria sido um simpatizante do hitlerismo e um sabotador capitalista - apesar de o bolchevista ter sido o principal líder militar da Revolução de Outubro. O socialismo não conhece piedade para com os seus, quando entende que os soldados se tornam obstáculos para os "propósitos maiores" do movimento. Marx caluniou e fez uso das expressões mais sórdidas contra seus adversários - chegou mesmo a praticamente destruir a Primeira Internacional, quando percebeu que seu "socialismo científico" perdeu espaço para o anarquismo, muito mais forte que o grupo instruído pelo Manifesto, no Século XIX. Lenin fuzilou e espalhou os boatos mais absurdos contra os socialistas discordantes do sistema de partido único - os antigos revolucionários agora se tornaram "inimigos de classe". Stalin foi muito além disso: exterminou a elite militar soviética, e passou a ver "traidores" entre os melhores homens do Exército Vermelho. O movimento marxista internacional comprou cada uma das mentiras, que continuam a ser repetidas pelos "partidos irmãos", em cada país onde eles ainda existem. O bom militante comunista está disposto a dizer que Trotski era um "fascista infiltrado", o bom trotskista dirá o mesmo de cada militante de facção concorrente. A mentira é parte do código genético: mentir é testemunhar a favor da edificação socialista. A esquerda brasileira, até hoje, repete estórias dignas de romances de fantasia baratos a respeito de torturas com "ratos", "baratas" e outros relatos copiados diretamente de mitos criados nos anos da Primeira Guerra Mundial. Conhecendo tudo o que o movimento socialista já fez contra seus adversários, sabendo que os socialistas estão dispostos a mentir e mentiram compulsivamente contra todos os que se opuseram a seu projeto de poder totalitário, resta perguntar: por que alguém deveria acreditar nos marxistas quando estes acusam um oficial, que lutou contra a guerrilha patrocinada por Cuba, de ter cometido tortura? Que credibilidade merece um movimento responsável pelo extermínio e tortura de dezenas de milhões de seres humanos em nome do poder absoluto de uma "elite iluminada"? De difamadores compulsivos, apenas é possível esperar mais difamações.

Trotski, acusado de "fascista" por Stalin
Imagem: Wikipedia / Published by Century Co, NY, 1921
The Russian Bolshevik Revolution
(free pdf from Archive.org)
O debate a respeito de Ustra diz muito a respeito de como a mídia brasileira trata toda e qualquer alegação, ou esforço de propaganda, da esquerda. O mundo já viu as verdadeiras condições de miséria e sofrimento dentro dos hospitais cubanos - ainda assim, os veículos de comunicação repetem insistentemente o conto a respeito da fabulosa melhoria da medicina cubana, após a revolução. Que a medicina cubana já era excelente antes da ditadura de Castro, nenhum jornal brasileiro menciona. O país, conforme o escritor e dissidente cubano Humberto Fontova, possuía, antes do socialismo, um IDH comparável ao da Bélgica de então. A economia era próspera, e o salário mínimo era invejável para os padrões de todos os países da América Latina. Cuba possuía índices de alfabetização formidáveis - outra mentira é que Castro teria "educado" e "alfabetizado" os cubanos. A leitura dos materiais didáticos da nação mostra que, ao contrário do propósito instrutivo das escolas de antes do regime, as instituições de hoje, sob o Estado totalitário, tem o único e intocável objetivo de doutrinação política. História ou Matemática não têm valor - a idolatria da "casta revolucionária", do partido, está acima de tudo. Os escritores e poetas do país são perseguidos e humilhados, alguns são vítimas de desavergonhada perseguição racista pelo sistema que se declara socialista - de fato, o socialismo sempre considerou como método de conquista do controle total o genocídio e o preconceito. Carles Llorens e Claudia Pujol mostram como se comporta a cria do movimento marxista diante das minorias - para o negros, poetas, escritores, críticos, homossexuais ou para qualquer um que o governo entenda como inimigo, o "paraíso dos trabalhadores" oferece coronhadas, celas, torturas e uma bala na nuca, à moda NKVD. O mito da educação cubana é repetido ad nauseam, assim como o conto sobre a saúde pública edificada por Castro ou qualquer outro dos méritos humanitários propagandeados pelos simpatizantes. A militância de esquerda não mente apenas sobre regimes, líderes e opositores: mente sobre si mesma, mente sobre as bases de sua ideologia. O ambiente acadêmico ainda se recusa a abordar a brutal lista de falsificações no mais importante texto de Karl Marx - "O Capital". A obra inteira é baseada na fraude sobre os dados econômicos que fundamentam algumas das mais essenciais premissas do Weltanschauung socialista-científico, incluindo a "pauperização do proletariado". Marx sabia que os operários ingleses não estavam ficando mais pobres sob o capitalismo: eles estavam ficando mais ricos - o autor leu isto, entendeu o que significava para o poder de seu movimento e a segurança de sua argumentação, e falsificou tudo o que poderia comprometer suas promessas do futuro sob a "orientação invencível" do partido comunista. Toda a esquerda insiste em se referir a ele como "filósofo" e "grande economista": a mídia, por subserviência digna da mediocridade da classe jornalística, repete a bobagem, em toda e qualquer publicação que faça referência ao falsificador. Não há Filosofia se não há amor pela Verdade, não há crédito ou dignidade que possam ser dados à escória. O movimento não falsificou um ou outro fato: falsificou tudo, mentiu sobre seus fundamentos, sobre sua História, sobre seus ídolos, sobre seus regimes, sobre seus líderes e sobre seus inimigos. O que o regime soviético fez com a memória de um de seus fundadores - até mesmo com suas fotos, lembrança das proporções da vilania marxista - e o que o regime chinês fez com "Madame Mao", após o fim da Revolução Cultural - são o melhor registro da natureza das pessoas que agora têm a mendacidade para acusar pessoas inocentes como se fossem "torturadores", "assassinos" ou como se tivessem realizado "ataques a bomba". Ustra cometeu torturas? É impossível saber, mas só um idiota completo acreditaria nas "testemunhas" - "as prostitutas das provas", conforme a expressão do Direito - integrantes da guerrilha. Sabendo o que é o movimento comunista, é impossível dar crédito às alegações da esquerda: que façam como Richard Wurmbrand, e realizem exames, exibidos em público, para provar cada uma das afirmações. Bolsonaro agora é acusado de "terrorista", por ter supostamente realizado um ataque com bomba durante a década de 90. Que os acusadores apresentem suas provas, seus exames, que ofereçam algo além do relato dos maiores mentirosos compulsivos que a humanidade já conheceu.

O movimento conservador brasileiro, por sorte, já não é tão crédulo quanto foi em outros tempos. Muitos entre os escritores da direita já endossaram toda e qualquer acusação que a esquerda fazia contra os militares - finalmente, os neurônios despertaram do torpor, e as pessoas começam a se perguntar: "se eles mentiram em todas as outras ocasiões, por que estariam dizendo a verdade agora?". Questionar os apoiadores do sistema mais genocida desde o surgimento do homem no planeta deve ser algo natural - o país sabe com quem está lidando. Se eles se matam entre si, porque não espalhariam estórias absurdas sobre seus maiores inimigos e mais eficazes opositores? A esquerda não sobrevive à livre-expressão de opiniões contrárias: foi a gradual concessão de liberdade de expressão que sepultou os Estados marxistas da Europa Oriental. A esquerda precisa da fé absoluta para existir: é natural questionar promessas extravagantes e acusações evidentemente mal-intencionadas. A demolição da confiança no movimento esquerdista brasileiro é apenas mais um sintoma de sua decadência - se a Existência tiver misericórdia do país, é um sinal da agonia derradeira do bolchevismo em seu território. Para a derrota dos partidos socialistas no Brasil, é essencial perder o medo de fazer perguntas sobre o discurso da esquerda. É vital destruir a narrativa fantástica que cada um dos militantes faz sobre sua facção e sobre a constelações de organizações associadas, assim como a respeito dos supostos "mártires" da causa. Lamarca não pode receber o título de "revolucionário"; deve ser chamado de terrorista, assassino, torturador - aliás, é exatamente isso que ele foi. Um desertor do Exército Brasileiro que ingressa no movimento marxista e executa ex-companheiros a coronhadas na cabeça, para poupar balas, não merece memoriais e honra: nos seus últimos dias, o militar traidor merecia o mesmo destino de Eichmann, e agora, merece o mesmo desprezo que a sociedade reserva para os assassinos e vigaristas comuns. Essa postura é a única compatível com a realidade da esquerda, e é natural. Qualquer um desconfiará de um mentiroso compulsivo -  assim o observador se comporta em sua vida particular ou no trabalho. O pesquisador dificilmente confiará em um colega que mente ou forja dados para seus trabalhos. A vida política exige o mesmo rigor, para que seja validada a afirmação de qualquer personalidade. Questionar os marxistas é a resposta natural à maldade, às doenças espirituais e às mentiras  que leninistas e "companheiros de viagem" espalharam por todas as nações.

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