segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O Jumento Espiritual

Leandro Karnal é mais uma das notórias figuras que sofrem com a flatulência do falsete uspiano e dos gases intestinos da vaidade diplomista do Brasil. É um arroto humano, um rascunho caricato de intelectual, uma piada provinciana que se imagina feita à imagem e semelhança de um Dostoiévski ou de um Nietzsche - aliás, talvez de uma figura mais dócil, quem sabe de uma Hannah Arendt, já que a masculinidade do russo ou do alemão é coisa que provoca alergia nas alminhas do lixo que se convenciona chamar de "professor" neste país esquecido por Deus. Quando Leandro se dá ao trabalho de falar sobre o projeto "escola sem partido", já podemos preparar nossas máscaras de gás - aí vem toda a glória do jumento celestino que galopa em direção a territórios apenas tocados pelos anjos nas terras tupiniquins: as paragens conhecidas pelos nomes de "senso comum" e "normalidade".

Jumentinho diz que o projeto é invenção de "conservadores delirantes". Será que, em algum dia de sua porca vida, o comentarista ouviu falar em Antonio Gramsci? Será que, nas universidades brasileiras, discutem-se os textos de Carlos Nelson Coutinho, ou os tomos dos "Cadernos do Cárcere"? A "classe pensante" já leu algum dos teóricos principais do Partido dos Trabalhadores? O "escola sem partido" é uma resposta lógica ao aparato da "guerra de posições" elaborado pelo imensamente poderoso movimento esquerdista brasileiro, é apenas a "força contrária" óbvia que é colocada contra trinta anos de guerra cultural declarada dos principais partidos da política nacional contra a civilização ocidental. O "escola sem partido" não é a "bandeira dos conservadores" - é a bandeira dos liberais, libertários, conservadores-liberais, conservadores tradicionalistas, monarquistas, republicanos e, acima de todos os que se ligam aos movimentos políticos, é a bandeira dos brasileiros "médios", das pessoas que simplesmente querem que seus filhos aprendam matemática e português nas escolas, e não querem crianças transmutadas em miniaturas de comissários do NKVD. O projeto é um "basta" à politização de uma das atividades mais fundamentais da sociedade, pervertida em nome de interesses de assassinos e defensores de um sistema totalitário fracassado - a Venezuela é apenas mais uma vitrine do "paraíso" socialista, onde "Trabalhos Forçados" agora são lei e palavra de ordem, como mostra a Anistia Internacional. O "escola sem partido" é impedir que criminosos fantasiados de professores façam proselitismo da tirania para crianças, que ainda não possuem maturidade para compreender o tamanho da desgraça defendida por aqueles que deveriam ser educadores. Karnal imagina um projeto que é o contrário do proposto, e responde em coro com o desespero histérico dos marxistas tupiniquins - aliás, qualificar "marxista" com "histérico" é pleonasmo, como já diagnosticou o psiquiatra Andrzej Łobaczewski.

Karnal tornou-se popular com a divulgação de algumas de suas palestras de auto-ajuda na internet. É uma personalidade oca, mantida com o discurso de voz fina sobre toda e qualquer frivolidade que acaricie a necessidade do brasileiro de sentir que discute um tema associado às pessoas de grandeza espiritual - qualidade que é impossível de ser sequer imaginada por mais quase todos os nacionais, e pela totalidade, ou quase, da casta universitária. Jumentinho Espiritual é a montaria de grandezas como "a busca da felicidade", "eu sou o senhor de meu destino" e da comparação honorável do réu e alcaguete (de codinome "Barba") Luíz Inácio Lula da Silva a um monarca europeu hipotético. O historiador confere bastante honra ao candidato a convicto - Espiritual não será recebido com a mesma gentileza por qualquer pessoa que tenha o mínimo de capacidade de identificar um charlatão. As críticas ao projeto mostram, em primeiro lugar, que o personagem é, em uma primeira hipótese, incapaz de ler, algo improvável. Em uma segunda suposição, Espiritual é apenas mais um propagandista da muito bem-paga constelação de partidos de esquerda brasileiros - pelo vocabulário ensaiado do historiador, somos forçados a declarar que a segunda alternativa parece mais fiel à situação do ruminante que zurra contra a lei. Espiritual não é imaterial porque quer - ele não fala sobre o projeto porque sua carreira depende da adoção incondicional de todo e qualquer espantalho criado pelo movimento. Ele faz isto pelos mesmos motivos que levam a imensa maioria dos professores universitários do país a assumirem coro com a militância do Partido dos Trabalhadores.

Leandro sugere que o projeto impedirá a discussão de temas de política nas escolas - como isso seria possível? O projeto obriga professores a apresentarem as ideologias concorrentes - não os força a excluírem uma ou outra. O projeto proíbe a perseguição de alunos por discordância político-partidária - algo que beneficia alunos petistas de professores antipetistas e alunos antipetistas de professores petistas. A medida favorece a integrantes de toda e qualquer vertente política - mas desagrada, evidentemente, a quadros de organizações totalitárias (como o Partido dos Trabalhadores) e a propagandistas baratos da ideologia socialista como o quadrúpede que decidiu criticar o "escola sem partido". O projeto é bom demais, elevado demais para que a montaria consiga vê-la em sua completude, enquanto o historiador continua sobre os quatro membros a terminar seu almoço. Provavelmente, Karnal sabe muito bem que a lei é sensata - a carreira, todavia, fala mais alto. Olavo de Carvalho explica bem o expediente - Leandro se apropria das ideias do "escola sem partido", posa de defensor da liberdade de expressão e consciência, e descreve o projeto como a censura dentro das instituições de ensino. É apenas mais uma demonstração da inversão revolucionária - a vítima é apresentada como algoz, e o totalitarismo petista é colocado como a liberdade plena cristalizada e protegida pelos séculos dos séculos. Todos os aterros sanitários do mundo não dão conta da sujeira entre as duas orelhas do Jumento Espiritual.

O projeto "escola sem partido" é feito para que ilustres equinos como o historiador do "caminho para a felicidade" não causem mais danos à já prejudicada educação brasileira. Se as nossas crianças não sabem fazer operações básicas de matemática ou não conhecem as mais elementares regras da gramática, é porque criaturas raras como o gás espiritual que vê o PL como a encarnação da vilania querem colocar a si mesmos na condição de educadores, quase de sábios. O Sábio é a encarnação última do conhecimento, é o saber que dialoga com os homens comuns lhes dá a possibilidade de vislumbrar as leis divinas. Nosso respeitado intelectual irá se tornar algo como isso, em seu tempo: o Jumentinho será a encarnação da burrice, na mais perfeita emulação equestre de tudo o que queremos longe das mentes dos mais jovens.

Assista ao comentário de Olavo de Carvalho sobre o personagem e o projeto "escola sem partido":

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