terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A desigualdade social não é a origem do crime

A desigualdade social não é a origem da violência. Não é a origem da corrupção. Não é a origem dos roubos, estupros e dos homicídios. Os homens que espalharam esse discurso imbecil pelo Brasil (e seus colegas que fizeram o mesmo nas outras nações) são vigaristas psicopatas ou semi-analfabetos incuráveis, incapazes de uma análise minimamente razoável da História e dos indicadores de criminalidade, nacionais ou internacionais. Não é nenhum exagero dizer que deveriam ser proibidos de falar tamanhas asneiras - seu discurso não é apenas imbecil, mas é um estímulo e justificativa para o crime, instrumentalizado ao menos desde o infame livro de Hobsbawm, "Bandidos", pelo movimento de massas mais assassino que o mundo já conheceu. E como podemos saber que a desigualdade social nada tem em comum com o crime?

Mais da metade das nações do mundo existe em condições de pobreza ou desigualdade infinitamente mais atrozes do que, digamos, o quadro brasileiro - os países árabes são apenas o caso mais óbvio. Só um indivíduo que desconhece a existência, por exemplo, da Arábia Saudita, poderia dizer que este país tem mais criminosos ou ladrões que o Brasil, ou que a monarquia árabe está menos aflita pelas desigualdades do que as terras tupiniquins. A Arábia Saudita é mais desigual, e seus pobres vivem em miséria infinitamente pior - quando não vivem na escravidão pura e simples, também aceita (de forma discreta) nos territórios de outros países do Oriente Próximo, como a Jordânia, Sudão, Egito, Líbia, Iêmen, nos EAU e companhia, como garante a lei corânica. Formalmente, a escravidão só foi abolida no país dos Sheikhs wahabbistas na segunda metade do século XX, mas ainda reina soberana nos domínios dos nobres e ricaços que, não satisfeitos em manter o sistema em casa, tentam exportá-lo através de movimentos salafistas como o ISIS. Com toda essa desigualdade e injustiça, o país ainda consegue ter índices de violência pública ridiculamente baixos. O mesmo ocorre em países como a Índia, China, Paquistão, Irã, Nepal, Turquia, Cazaquistão e muitos outros. O discurso jornalístico coloca a culpa da violência sobre nossa "desigualdade" - o que dizer de nossos vizinhos, tão desiguais quanto a "pátria educadora"? E o que se passa na Venezuela, "pátria socialista", que, em tese, é menos desigual, mas tem seus números de homicídios em crescimento astronômico, e já desponta como um dos países mais violentos do Ocidente?

A desigualdade social não é a causa da violência ou do crime - se o fosse, a monarquia wahabbista e a China estariam mergulhadas em latrocínio e, talvez, governadas por alguma versão asiática do PCC. A deformação moral é a causa do crime. A justificativa ideológica é a causa do crime. O Brasil - e, por razões similares, a Venezuela - afunda em homicídios porque a casta falante decidiu ser "compreensiva" para com os tratantes, decidiu recompensar os assassinos, que aqui são entendidos como "vítimas da sociedade". Em qualquer nação normal, um indivíduo como Fernandinho Beira-Mar seria condenado à prisão perpétua ou ao pelotão de fuzilamento - aliás, essa seria a sua condenação no Japão, que ainda reconhece a pena de morte como punição legítima.

Nossas "classes falantes" - imbecilizadas, preguiçosas, vigaristas, assassinas, auto-bajuladoras, lixo humano e exército de parasitas - convenceram a justiça e os legisladores de que os criminosos são os "coitados". A sociedade é que é atroz. Na lógica doentia das universidades brasileiras e do sistema penal em vigor, é possível existir tal coisa como "estuprador que estupra porque passa fome". Esse raciocínio, que justifica o criminoso, é a causa única da quantidade inacreditável de crimes que ocorrem no Brasil. 

Enquanto a sociedade brasileira não se defender da doença dos intelectuais "à Hobsbawm", o problema vai continuar a existir. É necessário limpar o legislativo de indivíduos que pensem dentro dos chavões do marxismo cultural e do culto aos "criminosos/proto-revolucionários". A mesma "revolução sanitária" deve ser feta no Judiciário. Os animais responsáveis por essa abordagem no sistema legal e punitivo do Brasil são o maior mal do qual padece o Brasil de hoje - e este é um desastre quase tão grande quanto o projeto de poder do Foro de São Paulo, que, em grande medida, endossa integralmente a tese dos/justiceiros sociais do crime. O que torna o Brasil mais violento do que a maioria dos países subdesenvolvidos não é a desigualdade social - é a abundância de cadeias e surras para os degenerados, assassinos e estupradores em nossas nações vizinhas, e a falta desses tão queridos dispositivos de disciplina em massa em nosso território. A China pode ensinar alguma coisa positiva ao Brasil - o tratamento mais do que justo aos ladrões, e com direito à cobrança do custo da bala, enviado, talvez, por nossos correiros, à família do bandidinho.

Mais sobre o tema - Olavo de Carvalho discute estatísticas do crime no Brasil:

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Universidade e parasitas universitários

O conceito clássico de universidade sugeria conferir aos alunos instrução sobre uma universalidade de temas, sobre inúmeros campos de conhecimento, que poderiam variar de aspectos práticos/profissionais às dimensões criativas ou artísticas, bem como à instrução moral, espiritual, do conhecimento das regras básicas da realidade, da vida e da civilização. A formação tradicional pelo trivium e quadrivium garantiria ao estudante o domínio do idioma, a capacidade de expressão e convencimento, o raciocínio lógico e mesmo o conhecimento de teoria musical e o domínio da geometria. É notório o impacto positivo desses campos do saber na vida pessoal ou profissional de qualquer estudante - o aprimoramento é certo para um advogado, por exemplo, para um executivo ou mesmo para um engenheiro envolvido em gerenciamento de projetos. A formação tinha por objetivo garantir o saber e aperfeiçoar o caráter da pessoa. A mudança de padrão observada na "universidade-profissionalizante" foi, desde sua concepção, uma perda catastrófica.

A "universidade-autorização profissional" perdeu qualquer compromisso com a elevação do estudante - e essa não seria a única perda sofrida na História do ensino superior. A preocupação "com o mercado de trabalho" transformou as universidades em uma espécie de SENAC - o estudante se dedica aos estudos porque o diploma é a porta de entrada para os cargos X ou Y. É evidente que essa abordagem criaria a necessidade da universidade para todos - não existe mais o amor sincero ao conhecimento, apenas o amor às possibilidades de ganho financeiro. Foi uma prostituição do caráter e da sabedoria à qual o pensamento brasileiro, por exemplo, não sobreviveu. Não existe mais uma alta cultura, ou uma classe de intelectuais - e não no sentido dado ao termo por Paul Johnson. Existe apenas o que Russell Kirk chamava de "proletariado intelectual". Esta casta é apenas um conjunto de jovens imbecilizados, filisteus até a medula, que tem como única meta de vida obter tais e quais títulos para disputar um carguinho bem pago.

A morte do ensino superior não foi rápida, e não teve sua agonia final garantida pela mutação anterior. No Brasil, tudo que é horrendo pode ficar um pouco pior. Se, na maior parte do mundo, o proletariado universitário ainda convive com um ou outro legítimo representante do gênero animal dotado do cérebro mais eficaz, no Brasil, temos apenas os shudra mais vulgares em coabitação com os "comissários", os queridinhos imbecilizados da burocracia estatal. Com a mudança na orientação estratégica da esquerda que nasceu após 1964, a única prioridade da militância foi transformar as instituições de ensino em trincheiras da revolução cultural. O Brasil viveu com o processo de "proletarização" da universidade e com a "marcha pelas instituições" ao mesmo tempo. Sem uma tradição de estudos independentes difundida entre a "classe pensante", o mal que, no mundo, se tornou uma caricatura mal-feita, no Brasil, terminou como uma piada demoníaca. O Brasil não só tem uma intelectualidade que estimula e cultua o crime (e os criminosos): tem profissionais incompetentes e gasta orçamentos astronômicos com professores que tem como único propósito de vida a difusão industrial de uma religião falsa, fracassada e assassina - o marxismo. Havia dúvidas possíveis sobre esse resultado?

Se o conhecimento não é o objetivo, até mesmo as técnicas se perdem - a vida prática se torna mais e mais impossível, esquecida nas brumas das gerações que foram competentes. Sem o domínio do idioma, não é possível entender sequer um manual (mesmo que na linguagem mais simplória). Sem a lógica, não é possível entender coisa alguma - e até os imbecis profissionais das fileiras do socialismo poderiam fazer bom uso desse recurso, como alguns dos "grandes" socialistas do passado fizeram. A universidade se tornou um circo, um canil para adestramento de idiotas. A única coisa que estão aprendendo é a ideologia - e não qualquer ideologia, mas aquela que cultua o crime, a violência revolucionária e o colapso moral e econômico. Não há instituição de ensino que possa sobreviver a isso. Sem uma casta independente dedicada ao saber, nem sequer a recuperação dessas organizações é possível.

Personalidades como Mário Ferreira dos Santos mostram que a única esperança está além dos cadáveres das universidades. O Brasil precisa aprender a ter um amor sincero, independente e feroz pelo conhecimento, ou está condenado a morrer pela burrice. O proverbial ódio ao saber, pecado mais amado do país, pode ter um preço inimaginável. Corrigir esse erro deve ser o objetivo mais urgente de um movimento conservador.

Mais sobre o tema - Olavo de Carvalho comenta a "vida intelectual" no ambiente acadêmico do Brasil:

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