sábado, 7 de novembro de 2015

A Rendição Incondicional das Letras a Münzer

O ano de 2015 está se mostrando trágico para a liberdade de imprensa no Brasil. Evidentemente, o problema aqui discutido não teve início na segunda posse de Dilma: o processo de censura ostensiva aos meios de comunicação no Brasil vem de longa data, desde a ocultação sistemática das notícias referentes ao Foro de São Paulo na década de 90 - amplamente denunciada por Olavo de Carvalho e, mais recentemente, por colunistas da mesma escola, como Felipe Moura Brasil e o novo-convertido Reinaldo Azevedo - até a recusa grosseira em comunicar as ligações financeiras e estratégicas entre o Partido dos Trabalhadores e inúmeras ditaduras do continente e movimentos internacionais totalitários, inclusive islamistas, como o Hamas. Mas o que provoca a sensação de choque é a saída de colunistas como Joice Hasselmann e Rodrigo Constantino da revista Veja - que, teoricamente, é o maior veículo de comunicação "de direita" do país. 

A guilhotina trabalha sem cansar, sobre os "inimigos do povo". Olavo de Carvalho perdeu seus empregos em outros veículos jornalísticos, incusive nas organizações Globo, antes dos atuais cortes da Abril. Danilo Gentili foi expulso da Band, que se tornou a mais desavergonhada defensora do totalitarismo petista através do programa CQC - que, aliás, não é o único bastião de propagandistas na estrutura: Boechat é notório comunista, e faz questão de defender com alarde o terror assassino dos black blocks, ainda que estes tenham sido responsáveis diretos pela morte de um jornalista, alvejado com uma arma de fogo improvisada. Rachel Sheherazade foi "advertida" a respeito de suas opiniões, e recebeu um período de "férias" do SBT após a expressão de posicionamentos de direita em seus editoriais. Todos estes movimentos do aparato de influência esquerdista apenas anunciavam o que estava por vir, na forma dos atuais "controles" impostos pelo Facebook a publicações de páginas conservadores ou liberais.

O campo de ação da máquina de censura saiu do periodismo clássico para os perfis da rede social. O procedimento adotado pela militância virtual é a denúncia anônima e em massa - seguida quase que em coro por expulsão de usuários ou derrubada de páginas pela gerência da empresa de Zuckerberg, que é, no momento, talvez o principal campo onde se dá o confronto entre as vozes de direita e de esquerda da maioria da população brasileira. A denúncia anônima que é utilizada na rede foi aplicada em nova versão, em nova escala, na vida real e contra o emprego de Joice Hasselmann. O grande problema, que é quase um aviso para aqueles que têm a coragem de discordar do sistema governante, é a resposta que foi dada pela revista Veja: a demissão da jornalista.
Joice Hasselmann, covardemente demitida após fazer críticas
severas a Lula.
Imagem: https://goo.gl/zvIjpc

A grande tragédia dos escritores e jornalistas sob o totalitarismo não é a perseguição desavergonhada, física, ou mesmo o paredão de fuzilamento - há inúmeros entre os maiores nomes do passado que consideravam uma honra se arriscar em combate à tirania. Orwell lutou na Guerra Civil Espanhola e viu o terror fascista diante de seus olhos. Viu também o horror da NKVD tirar a vida de seus companheiros de armas, bem de perto. A experiência de desafiar a morte, sob grande risco, é sinônimo de glória, é um tributo à bravura de quem busca a verdade e quer se sacrificar por ela (não sem motivo, o homem passou a desconfiar do comunismo, em seus últimos anos - a verdade, às vezes, não confirma as expectativas ideológicas do observador). Arriscar-se não é a tragédia, morrer em glória, para quem quer a imortalidade das obras, não é a maior angústia: o grande flagelo dos escritores ou dos que querem noticiar apenas a verdade é a censura a si próprio, é ver a capitulação de quem está ao redor ou ser vítimada espiral do silêncio. Joice foi vítima deste crime. Para a memória da revista Veja, que até então era tida como a mais vigorosa opositora do petismo, permitir a saída da jornalista é um ato de fraqueza - ou mesmo perversão - moral. É um gesto de cumplicidade para com a escória da raça humana, é um aceno amistoso para o flagelo das nações que é o movimento comunista. É um movimento que, em tempos de guerra, só pode ser visto como traição.

Entre todas as coisas que podem ser esperadas dos veículos de comunicação brasileiros, todavia, o gesto foi apenas um dos mais regulares. Não podemos nos esquecer que este é o país do qual falava Lima Barreto. É o país que pune a coragem,o valor e a competência. Em se tratando de alguém que se levanta contra a brutalidade estatal, aí mesmo é que toda a fúria da mediocridade se agita qual oceano turbulento. Veja faz seu papel representando toda a doença de espírito dos letrados das universidades brasileiras, e o faz com perfeição. Que Deus tenha misericórdia do verdadeiro povo deste país, e que não permita a vitória do sistema do Foro de São Paulo contra os mais fracos e sem voz nesta pátria. E que a nação brasileira nunca se esqueça de quem são os traidores - que, nessa revolução, nessa reconquista conservadora silenciosa que está em curso, haja um "longo braço da revolução" para expulsar deste território todos os que se tornaram cúmplices da vilania. Que a justiça um dia chegue aos que se movem para silenciar os poucos que lutam por suas ainda timidas vozes, mas que falam por mais de cento e cinquenta milhões.


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