sexta-feira, 13 de maio de 2016

Reinaldo Azevedo e a mentalidade revolucionária na direita

O jornalista Reinaldo Azevedo gosta de se declarar "conservador", "católico" e, por vezes, "de direita". Os atos sempre dão o mais perfeito testemunho da natureza de um personagem: a autopromoção, especialmente quando a vasta maioria do público  adere a uma bandeira, tende a ser pouco confiável. Pode-se dizer que a substância intelectual da qual o colunista da revista Veja é feito não tem o melhor dos perfumes. O lixo que domina a essência do principal veículo de comunicação para o qual contribui Azevedo parece ter maculado boa parte da direita, muito propensa a aderir a um determinado conjunto de condutas que se enquadram na "mentalidade revolucionária": o libertarianismo é uma caricatura muito simplória e óbvia para que Reinaldo a endosse. A direita brasileira ama o liberalismo extremado, o mesmo que acredita ser possível implantar a democracia ocidental em qualquer nação do mundo. Os direitistas também se deixam seduzir pelo discurso da "intervenção militar", ignorando a natureza eminentemente revolucionária do positivismo, monarca supremo dos miolos-moles de farda. Outros se permitem acreditar em um purismo religioso mesquinho e vulgar, que reflete o modo de ser das senhoras curiosas das cidades do interior - de alguma forma, esses acreditam que a perfeição será alcançada através da boataria incansável. Reinaldo adotou a sua própria conduta revolucionária: na sua confusa cabeça de trotskista, conseguiu casar George Soros com Dilma Rousseff e George Bush. Ele acredita piamente da Constituição Federal de 1988 - obra prima da loucura milenarista, tão atingível quanto a sociedade sem classes ou a justiça através da violência anarquista. Ele pensa, sinceramente, que "as instituições" estão "em perfeito funcionamento" - ignora, como todo bom ideólogo, a realidade que o cerca: o poder praticamente invencível do estamento burocrático. Ele não vê os problemas do discurso das militâncias sex-lib, e pensa, honestamente, que dois homens barbados formam um casamento. O que se passa na cabeça do jornalista, precocemente senil, só pode ser fruto de suas lesões neurais - nisso, ele conseguiu se aproximar de Trotski. E acredita, o que é pior, naquilo que diz o movimento mais canalha, caluniador, assassino e demoníaco da História - isso mesmo, Reinaldo acredita piamente na versão brasileira dos "Protocolos dos Sábios de Sião": os relatos dos marxistas tupiniquins sobre as "torturas" cometidas contra os guerrilheiros, em particular, as que teriam sido feitas por Brilhante Ustra. Eric Voegelin e Russell Kirk explicam o problema de Reinaldo Azevedo quando falam sobre "a impossibilidade de levantar questionamentos", característica perene da mentalidade revolucionária.

Por algum segundo o jornalista pensa a respeito de quem faz as acusações? Que credibilidade as únicas testemunhas possuem? Mais importante: o que estavam fazendo essas pessoas, e em nome de que movimentos esses indivíduos estão lutando? Que métodos essas pessoas e seus movimentos usam, e se tal modo de agir inclui - como o miserável decididamente sabe - a mentira sem fim? Dilma nunca deixou de ser marxista-leninista: apenas mudou de organização. A senhora "líder máxima" participou de um movimento que sequestrou, roubou, torturou e assassinou, comprovadamente, pessoas inocentes, como o adolescente, soldado, Mário Kozel Filho. As pessoas que são as principais testemunhas contra Ustra - que, aliás, não possui sentença transitada em julgado - fizeram parte de movimentos que torturaram e assassinaram pessoas a coronhadas. Por que diabos Reinaldo Azevedo atribui autoridade de mandamento divino toda e qualquer asneira jogada por essa gente contra quem impediu a implantação do comunismo do Brasil? Por que ele gosta do, se imagina como um dos integrantes do, defende o estamento burocrático nacional. Reinaldo Azevedo foi trotskista porque se imaginou parte da elite iluminada que ditará o caminho para o futuro perfeito sob o socialismo. O deficiente mental apenas mudou a roupa de sua fantasia escatológica: com um leve tempero à moda Soros, o milenarismo de Azevedo é capitalista, com sex-lib e quem sabe com a salvação, neste mundo (porque, afinal, ele defende a Constituição de 1988, logo...), e que se dane a realidade. Que todo o bom senso que obriga qualquer ser humano normal a desconfiar dos mentirosos compulsivos se exploda. O ódio gnóstico contra a existência também força o ideólogo a negar a percepção mais evidente - a promessa submete a visão. Em nome da fantasia, mais uma vez, o pobre desgraçado se confere o direito de ser o novo tribunal, em presságio do que o autor faria caso tivesse o poder, em seus anos de juventude no marxismo ou, quem sabe, hoje. Não há condenação, exame de corpo de delito ou qualquer evidência das acusações - há apenas a "prostituta das provas", repetida ad nauseam nos jornais e revistas pervertidas pela ocupação de espaços gramsciana (com a qual, na guerra da cultura, Reinaldo colabora).

Em inúmeros aspectos, é possível concordar com o colunista - assim como é possível defender políticas de imbecis ou genocidas como George Bush ou Deng Xiaoping em infinitude de temas. Napoleão foi um assassino, responsável por carnificina superada apenas na Primeira Guerra Mundial - ainda assim, o demônio corso pode ensinar muito sobre "como crescer na carreira". Reinaldo Azevedo é um idiota completo quando repete, quase como militante do "PSOL", partes da agenda cultural da esquerda, ou quando assina toda a propaganda difamatória - se é um desinformante consciente do que está fazendo, é um traidor do país e deve ser tratado como tal. Se é apenas vítima de atavismo da infame mentalidade, é um dos tipos que merecem piedade. Em sua coragem, ao lutar contra o petismo e até mesmo contra bandeiras da "esquerda whole-foods", merece todo o apoio e admiração. É uma pena que autor tão talentoso tenha se prestado a papel tão imundo quanto o que agora o comentarista desempenha: agente de desinformação, caluniador de pessoas que protegeram o Brasil do sistema que merece o título de flagelo da humanidade. As deformações e cicatrizes deixadas pelo gnosticismo coletivista em todas as nações parecem estar presentes também em inteligências de pessoas que poderiam ser absolutamente normais - alguns estão fadados a andar, mancando, para todo o sempre, ao redor das mesmas ilusões, que agora estão cobertas com vestes menos vulgares.

O jornalista comete um deslize que demonstra, ironicamente, o quão distante está, na realidade, daquilo que ele alardeia ser. Acusa Olavo de Carvalho de "apoiador do golpe militar" e de pessoa que gostaria de implantar "o extermínio dos homossexuais". Quando Olavo advogou a favor da violência contra quem quer que seja? Reinaldo ou enlouqueceu ou emburreceu - não é possível que um ser humano são e estável diga tal sequência de barbaridades em pleno estado de consciência (assumo aqui, também, que Azevedo efetivamente é um homem culto, e não apenas um papagaio bem-treinado). Reinaldo demonstra, acima de dúvidas, que deixou seus pobres neurônios absorverem a histeria tão cara à escória revolucionária. Ele acredita - ou finge acreditar - que Olavo é um "promotor da violência": a única violência que Olavo deveria cometer, sem misericórdia, é mandar o articulista da revista Veja para o único lugar com o característico fedor de "bullshit" que grita em cada uma das calúnias de Reinaldo Azevedo contra o mais competente dos jornalistas e filósofos que o Brasil tem. O "conservador pelas drogas" também acusa Olavo de ser "aiatolá" do movimento esquerdista: de fato, a doença prejudicou a tal ponto o pobre intelecto de Azevedo, que, neste momento, o paulista acredita haver comparação possível entre "gurus" pseudo-religiosos que mandam adolescentes do Hezbollah pegarem em armas e entre um escritor que foi o homem que mais se expôs e lutou contra um dos piores esquemas totalitários já vistos pela América Latina. Se o estilo esnobe e falso como uma nota de três reais do careca de estimação do liberalismo economicista não é o suficiente para desacreditar Reinaldo Azevedo, a estupidez e a desproporção histérica das asneiras que o jornalista profere contra os nomes da verdadeira direita e do verdadeiro conservadorismo fazem bem o serviço. Os gritinhos de escândalo de Reinaldo, "Fascista! Fascista! Fascista" são a identidade do ruminante: o lugar do colunista é das fileiras bovinas do trotskismo, de onde ele nunca deveria ter saído.

Assista aos comentários feitos por Reinaldo Azevedo sobre Olavo de Carvalho e às considerações de Olavo de Carvalho sobre as propostas de "intervenção militar":



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